sexta-feira, 24 de abril de 2009

Pepe? Bom mesmo era o Almir Pernambuquinho...

Olá, jovens que acompanham o Passando a Bola. Hoje é a primeira vez que escrevo neste espaço, ainda estou com um pouco de dificuldades com essa tal de internet, já que nos meus áureos tempos de menino eu usava mesmo o papel e a caneta. A única coisa que vocês precisam saber sobre mim é: sou o torcedor número 1 do São Cristóvão, o Esquadrão Branco da Zona Norte. Estarei aqui sempre para escrever sobre o que está acontecendo de podre neste futebol sem graça da atualidade e contar histórias do tempo em que o esporte fazia a alegria das multidões no Brasil.

Bengala nele!
Para começar queria falar sobre esse tal de Pepe. Quem esse rapaz pensa que é para chutar um adversário caído e de costas? O mundo já não é mais o mesmo. Dizem que ele é um dos melhores zagueiros que existem. Devem estar loucos! Não viram em campo gentlemans como Bellini, Zózimo, Juvenal...

Antigamente essa covardia não acontecia. Isso me faz lembrar de um caso muito polêmico que aconteceu no futebol do Rio de Janeiro. Foi em 1966 e o personagem principal, Almir Pernambuquinho. Este sim era sujeito-homem. Gostava de uma briga, mas sempre encarou de frente seus “inimigos”. No Campeonato Carioca daquele ano, Flamengo e Bangu decidiriam quem seria o campeão. O time rubro-negro contava com craques como Carlinhos “Violino”, Nelsinho e Silva, o Batuta. Já o Alvirrubro tinha Aladim, Paulo Borges e Cabralzinho.

O Flamengo entrou em campo com o atacante Carlos Alberto meio baleado e logo no início o lateral-esquerdo banguense Ari Clemente tratou de deixá-lo em campo apenas para fazer número ao dar-lhe uma bordoada. O juiz do jogo, Airton Vieira de Moraes, o Sansão, fingiu que não viu. Dizem que ele estava comprado pelo dirigente do Bangu, o bicheiro Castor de Andrade, assim como o goleiro do Flamengo, Valdomiro, que tomou dois gols estranhos em três minutos, deixando o Alvirrubro com 2 a 0 no placar. No começo do segundo tempo, Paulo Borges fez o terceiro e uma goleada humilhante estava se desenhando, já que o Rubro-negro estava praticamente com 9 jogadores em campo.

Foi aí que entrou em cena o atacante Almir Pernambuquinho, do Flamengo. Ele viu que o atacante Ladeira, do Bangu, havia dado um soco no rubro-negro Paulo Henrique e foi tirar satisfação. Conhecendo a fama de Almir, Ladeira começou a correr, até tomar um chute no peito do zagueiro flamenguista Itamar. Começou então uma grande confusão entre os jogadores, que só terminou quando o juiz expulsou Almir e Ladeira. Quando Almir estava saindo de campo, ouviu um recado “Vá lá e acabe com essa palhaçada”. Ele foi, deu um soco no goleiro banguense Ubirajara, tomou um de Ari Clemente, mas não arredou o pé e enfrentou todo o time do Bangu, distribuindo socos e pontapés. Teve que sair de campo escoltado pela polícia. Sansão não teve mais o que fazer senão expulsar cinco jogadores do Flamengo e quatro do Bangu. Como o Rubro-Negro ficou com apenas sete atletas em campo, a partida teve que ser encerrada. Resultado: o Bangu foi campeão, mas a honra flamenguista estava a salvo.

Por hoje é só. Até breve.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uepá!!!!!!!! Até que enfim um representante da minha geração..... Adorei relembrar essa história do Almir. Grande craque do meu Mengão....Jogou no Vasco e no grande Santos de Pelé...Lembro dele em 63 na final do Mundial contra o Milan ... Substituiu o Rei e jogou muito, até deu uma PORRADA no Amarildo(O POSSEÇO), que na época jogava no Milan. AH velhos temposss.....Muito obrigado Seu Jackson por me levar de volta nesse túnel do tempo...!!!