sábado, 3 de abril de 2010

Ao mestre com carinho

Depois de bastante tempo sem aparecer por aqui, além de minhas sinceras desculpas aos meus companheiros pela ausência, aproveito uma ocasião importante para fazer o meu retorno. E o motivo que me trás de volta ao nosso espaço virtual é quase o mesmo que me fez escolher pelo jornalismo como minha profissão. Vou explicar.

Nesta semana perdemos um dos maiores jornalistas esportivos que o Brasil já teve, Armando Nogueira. Lembro-me que quando cursava o segundo grau, adorava as colunas de Armando no jornal Lance e esperava ansiosamente por ela ao longo da semana. Adorava a forma como Armando via os fatos e o tom poético que imprimia em seus textos. A partir destas colunas e dos pequenos textos que comecei a me interessar por seus livros, e dai veio um de meus maiores incentivos para optar pela faculdade de jornalismo, esportivo, lógico.

Não tenho a mínima intenção de escrever um texto em homenagem a Armando Nogueira. Seria tão ridículo quanto compor uma música em homenagem a Michael Jackson ou jogar bola em homenagem a Garrincha. Não ousaria tentar utilizar aquilo que ele tinha de mais genial para mostrar como realmente era genial, seria no mínimo ridículo. Deixo aqui apenas a minha lembrança de um jornalista que tanto me incentivou.

Nunca conheci Armando pessoalmente, infelizmente, mas em uma vez troquei e-mails com ele e uma breve passagem de uma dessas mensagens me chamou muita atenção. Na oportunidade, pedia para ele que escrevesse um breve texto para que colocasse na comunidade criada em sua homenagem no Orkut. Armando, com toda classe, agradeceu, mas se negou a escrever porque não concordava com o nome da comunidade, que lhe chamava de gênio. O acreano, do alto de sua humildade, me respondeu:

Victor,

Obrigado pelo carinho, mas creia-me, gênio é Borges, Drummond, Nelson
Rodrigues, eu sou apenas um pobre Marquês de Xapuri. Um abraço do

Armando.


O mestre que me perdoe, mas pelo menos neste ponto teremos que discordar.

Descanse em paz!