domingo, 26 de julho de 2009

Rapidinhas do Domingo - Palmeiras encosta no Galo

Que fase vive Obina! E como pode ser importante uma simples mudança de ares. O atacante saiu do Flamengo pela porta dos fundos, sem ter marcado um gol sequer nesta temporada, e, em menos de 2 meses de Palmeiras, fez 11 jogos (9 no Brasileiro) e marcou 8 gols. É o vice-artilheiro do Brasileirão, ao lado de outros quatro jogadores (veja mais abaixo). A vitória alviverde por 3 a 0 no clássico diante do Corinthians foi justíssima e coloca a equipe na vice-liderança do campeonato com 28 pontos, sendo superado pelo Atlético-MG apenas no saldo de gols (13 a 12). De quebra, mantém uma pequena escrita diante do maior rival. A última vez que o Corinthians derrotou o Palmeiras foi dia 26/10/2006. De lá pra cá foram 6 jogos, com 5 vitórias verdes e um empate.

Foi a última partida do interino Jorginho no comando da equipe. A partir desta segunda, ele passa a ser auxiliar de Muricy Ramalho, que acompanhou a partida de uma cabine no estádio. O desempenho de Jorginho foi excelente: 7 jogos, 5 vitórias, um empate e uma derrota. Deixa o time em ótima situação na tabela, de um jeito que Muricy não poderia pedir melhor. Agora é ver como será o trabalho do técnico tricampeão brasileiro no Palmeiras.

Já para o Corinthians deu tudo errado. O time está sendo desmanchado e perdeu Ronaldo logo no começo. O atacante caiu em cima da mão esquerda e teve que sair de campo, com suspeita de fratura. A ótima dupla de zaga Chicão/William voltou a perder um jogo depois de mais de um ano. A última derrota havia sido na final da Copa do Brasil de 2008, diante do Sport. Desde então foram 40 partidas, com 29 vitórias e 11 empates. Mas o Timão segue bem na competição, com 23 pontos, na quinta posição. Já tem sua vaga na Libertadores do ano que vem garantida, mas tem que pensar em peças para repor as perdas que teve e outras que deverá ter.

- No Mineirão, o Atlético-MG perdeu a oportunidade de continuar isolado na liderança do Brasileirão ao ser derrotado por 1 a 0 pelo Goiás. O time esmeraldino armou uma retranca e ficou esperando o Galo atacar para sair nos contra-ataques e explorar os erros dos donos da casa. Deu certo. A vitória por 1 a 0 foi a quarta do time goiano fora de casa na competição (é o time que mais ganhou longe dos seus domínios, junto com o próprio Atlético) e coloca a equipe na sexta posição, com 23 pontos. O Galo, que já não tinha jogado muito bem diante do Fluminense, voltou a não apresentar seu melhor futebol e terá uma missão difícil pela frente quinta-feira, o Flamengo, no Maracanã. Mas continua bem, com a melhor defesa (13 gols) e o segundo ataque mais positivo (27 gols).

- O São Paulo, aos poucos, vai melhorando e subindo na tabela. Depois da vitória deste domingo sobre o Barueri, fora de casa, por 2 a 1, o Tricolor está na 11ª colocação, com 18 pontos e não perde há 3 jogos. Está certo que o Barueri foi melhor e o empate teria sido um placar mais justo, mas o que vale é, obviamente, o resultado final. Washington voltou a marcar, mas o ponto fundamental para esta subida de produção são-paulina é a melhora considerável de Hernanes. Ele, que vinha sumido desde o início do ano, parece dar sinais de recuperação e, como se trata de um excelente jogador, quando está bem, o time todo cresce. Foi a primeira vitória fora de casa do Tricolor neste campeonato e a primeira desde 25/03, quando a equipe tinha venceu o Noroeste, por 2 a 1, ainda pelo Paulistão. A Abelha, por sua vez, não contou com Fernandinho novamente e sua ausência prejudica e muito o esquema de Estevam Soares. Mas o Barueri segue fazendo ótima campanha.

- Na partida que marcou os 100 anos do clássico entre Sport e Náutico, nada melhor do que um jogo muito movimentado e cheio de gols, 3 a 3. Pena que a situação das duas equipes é terrível no campeonato. O Alvirrubro é o lanterninha, com apenas 11 pontos, e tem a pior defesa (31 gols sofridos). Não vence há 11 jogos, o último triunfo foi dia 24/05, na 3ª rodada, contra o Atlético-PR. O Sport também está mal. É o 17º, com 13 pontos, e não vence há 4 jogos. O trabalho de Emerson Leão é questionado e novos tropeços podem fazê-lo perder o emprego. É bom o futebol pernambucano abrir o olho se quiser permanecer com pelo menos um representante na Série A em 2010.

- Depois de 3 jogos, o Vitória voltou a vencer e entrou novamente no G-4 (é o 3º, com 24 pontos). A equipe de Carpegiani segue fazendo bela campanha em casa e derrotou o Coritiba por 1 a 0, gol de Leandro Domingues. Foram 7 partidas no Barradão, com 6 vitórias e somente um empate. O Rubro-Negro é um time muito agradável de se ver jogar, pois pratica um futebol ofensivo, com muitos jogadores que chegam ao ataque. Já o Coxa segue muito irregular e ocupa a 14ª colocação, com 15 pontos. Venceu apenas uma fora de casa.

- Para terminar, curiosa esta disputa pela artilharia do campeonato. Acho que nunca tivemos um Brasileirão com tantos jogadores brigando pau a pau pelo posto de goleador como em 2009. Val Baiano está na frente, com 9 gols, seguido por cinco atletas (Adriano, Roger, Obina, Felipe e Diego Tardelli) com 8. Todos eles centroavantes. É um número que vale ser ressaltado, até porque ainda há dois atacantes que têm qualidade para estar nesta lista e que ainda não chegaram lá: Ronaldo e Fred. É o campeonato dos artilheiros!

Esforço não basta, falta qualidade ao Flu

O Fluminense entrou em campo precisando de, no mínimo, empatar com o Cruzeiro para não terminar a rodada na lanterna do Campeonato Brasileiro. Conseguiu, mas o 1 a 1 no Maracanã foi um péssimo resultado, especialmente pelo fato do Tricolor ter atuado quase todo o segundo tempo com um jogador a mais. A equipe de Renato Gaúcho mostrou vontade, teve um pouco mais de organização do que em outras partidas, mas esbarrou na mesma falta de qualidade de seus jogadores. O jogo, aliás, não teve muita qualidade. Basta vermos o número de passes errados, 78 no total. Henrique marcou para o time mineiro e Kieza empatou para o Flu, que chegou aos 11 pontos e continua na 19ª posição, superando o Náutico apenas no saldo de gols (-11 a -15). O Cruzeiro é o 16º, com 14 pontos, mas tem um jogo a menos.

Com muitos desfalques, Renato Gaúcho escalou o Fluminense no 3-6-1, somente com Kieza no ataque. E a opção deu certo nos primeiros 15 minutos, quando Fábio salvou os visitantes em duas oportunidades. O ímpeto carioca, porém, diminuiu aos poucos e o Cruzeiro passou a dominar a partida, mantendo a posse de bola. E a equipe de Adilson Batista abriu o placar após bela jogada pela direita, que Henrique completou. O Tricolor sentiu o gol e teve muita dificuldade para criar jogadas. Também pudera. Um time que depende de Fabinho, Welligton Monteiro, João Paulo, Ruy e Marquinho para armar não pode esperar muita coisa.

Renato percebeu e voltou para o intervalo com Dieguinho no lugar de João Paulo e Maicon na vaga de Fabinho. E a mudança deu resultado logo aos 2 minutos, quando Kieza empatou. O Flu permaneceu em cima, buscando a virada, mas o Cruzeiro sempre assustava nos contra-ataques. Aos 17, Leonardo Silva derrubou Kieza na entrada da área e, como era o último homem, foi expulso. No entanto, quem esperava mais facilidade na tarefa tricolor se enganou. O time mineiro cresceu, melhorou e passou a dominar o jogo, criando as melhores chances, especialmente pelo lado direito. Só não fez o gol por pura falta de tranquilidade de seus jogadores. Thiago Ribeiro perdeu duas grandes oportunidades e Jonathan acertou o travessão. O Flu também poderia ter marcado o gol da vitória, mas também pecou nas finalizações. Talvez por isso as duas equipes sejam os piores ataques do campeonato com 13 gols.

Apesar de estarem em posições parecidas na tabela, acho que a situação do Fluminense é mais preocupante. O time é fraco completo, desfalcado então, nem se fala. Roni foi contratado, mas está longe de ser a solução. E Fred só volta daqui a pelo menos 2 meses. São 9 jogos sem vitória (a última dia 07/06, diante do Botafogo). Na próxima rodada encara o vice-líder e embalado Palmeiras fora de casa, na estreia de Muricy Ramalho. Parada duríssima. O Cruzeiro recebe o Sport.

XÔ TABU!

Olá blogueiros. Que vitória do Flamengo em cima do Santos na Vila Belmiro! Com gols de Adriano (vice-artilheiro com 8 gols) e Pará, contra, o Rubro-Negro carioca derrubou um jejum de 33 anos sem vitórias na casa do Peixe, e ainda conquistou uma vitória na partida de número mil em Campeonatos Brasileiros da série A. Marcou para o Santos o jovem meia Robson. Com o triunfo de 2 a 1, o Flamengo sobe para a nona posição. O Santos cai para a décima primeira colocação.

A partida foi muito movimentada, mas sem grandes jogadas ou lances perigosos. Com muitos volantes as duas equipes erravam muitos passes e a bola não chegava limpa para a conclusão dos atacantes. Adriano de falta e Neymar na pequena área promoveram os melhores lances no primeiro tempo.

Na segunda etapa o clube carioca voltou melhor. Com uma melhor participação dos alas, Léo Moura e Everton, o Rubro-Negro utilizou mais os flancos do campo e com isso levava mais perigo para a defesa do Peixe. Mas como nada pode ser tranqüilo na Gávea, o gol do Santos saiu exatamente quando o Flamengo estava melhor. Depois de uma roubada de bola no meio-campo, Rodrigo Souto passou para Robson (que havia entrado na vaga do volante Roberto Brum), que de fora da área soltou a bomba. Um a zero para o Santos.


O Mengão não tremeu e continuou tocando a bola e tentando chegar pelos lados do campo. O técnico Andrade mexeu na equipe. Bruno Paulo entrou na vaga do volante Toró. O jovem mais uma vez não sentiu a camisa e a equipe ganhou com mais criatividade e vigor, já que Toró estava muito extenuado. O Flamengo chegava, mas a defesa do Santos conseguia afastar o perigo. Até que o Imperador tirou uma carta da manga: um de seus chutaços de canhota. Do meio da rua Adriano disparou uma bomba cheia de veneno e venceu o goleiro Felipe. Um a um e o Flamengo acreditava na virada.

O destino reservava um momento todo especial para esse jejum acabar. O jovem Bruno Paulo foi no fundo e cruzou para dentro da área. A bola passou por todo mundo, mas não passou pelo lateral Pará, que empurrou para dentro do próprio gol. Gol contra e tabu de 33 anos derrubado.

Aí foi só tocar a bola e esperar o apito final. O Flamengo vencia pela primeira vez na Vila Belmiro e justamente em um dia tão especial. No jogo mil em brasileiros. Para fechar com chave de ouro, o Ídolo Andrade, técnico interino, saiu às lágrimas com a conquista da vitória histórica.