quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quarta-feira são paulina!

O returno não poderia ter começado de forma melhor para o São Paulo. Aos gritos de "o campeão voltou", o Tricolor derrotou o Fluminense, no Morumbi, por 1 a 0 e chegou a vice-liderança (pelo menos até esta quinta) do Brasileirão, com 36 pontos, apenas um atrás do Palmeiras. O gol marcado por Richarlyson aumentou a sequência invicta são paulina para 9 jogos e decretou a sétima vitória consecutiva, recorde no campeonato. A partida de hoje também marcou a volta do capitão Rogério Ceni ao time, após mais de 4 meses fora em função de uma grave lesão no tornozelo. Ou seja, melhor impossível. Quem será capaz de parar o São Paulo?

Já o Tricolor Carioca segue muito mal. Perdeu mais uma e sua situação é cada vez mais desesperadora. A equipe venceu apenas uma vez nas últimas 15 partidas (10 derrotas e 4 empates) e permanece na 19ª posição, com 15 pontos. Para escapar do rebaixamento, precisa de 30 pontos nos 54 que vai disputar no segundo turno, ou seja, 10 vitórias. Para um time que venceu apenas três vezes até agora, a tarefa é mais do que ingrata.

- Disse que a quarta-feira foi perfeita para o Tricampeão, porque, além de mais um resultado positivo, dois dos seus adversários diretos na briga pelo título foram derrotados. O Palmeiras perdeu para o Coritiba, no Couto Pereira, por 1 a 0, gol de penalti de Marcelinho Paraíba (artilheiro do Brasileiro com 10 gols, ao lado de Adriano e Val Baiano) nos acréscimos do segundo tempo e estacionou nos 37 pontos. O time de Muricy Ramalho completou o quarto jogo sem vencer (3 empates e 1 derrota) e pode perder a liderança se o Goiás passar pelo Náutico, nos Aflitos nesta quinta-feira.

O Internacional também foi derrotado, só que em casa. O 2 a 1 para o Corinthians interrompeu uma sequência de três vitórias do Colorado, mas o time de Tite ainda tem dois jogos por fazer e, caso os vença, pode chegar a liderança. Vale ressaltar que os dois gols do Timão foram irregulares, mesmo assim os gaúchos precisam ser mais regulares se quiserem o título ao final do campeonato.

- O maior rival do Inter consegue ser ainda mais irregular. O Grêmio simplesmente não consegue vencer fora de casa. Desta vez, o Tricolor Gaúcho perdeu para o Santos, na Vila Belmiro, por 1 a 0, gol do excelente Paulo Henrique Ganso. Foi o décimo jogo longe do Olímpico e a oitava derrota, com outros dois empates, o que faz da equipe de Paulo Autuori a pior visitante do Brasileirão, ao lado do lanterna Sport (6,6% de aproveitamento). É uma pena, pois com o desempenho que o Grêmio tem em casa (86,6%), uma campanha um pouco melhor fora deixaria o time nas primeiras posições.

- O problema do Botafogo é o contrário. O Alvinegro não consegue exercer o mando de campo e tem um dos piores percentuais como mandante do campeonato. Depois de mais uma derrota - desta vez para o frágil Santo André, por 2 a 1 -, os números são terríveis. Foram oito jogos no Engenhão, com 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Se acrescentarmos os clássicos no Maracanã, o percentual piora ainda mais (3 vitórias, 3 empates e 4 derrotas), o que dá 40% de aproveitamento, o quarto mais fraco. Para piorar, o clube está na zona de rebaixamento, na 17ª posição com 20 pontos, mas pode terminar a rodada ainda mais embaixo, caso o Náutico derrote o Goiás em casa. Que fase do futebol carioca, com dois clubes ameaçados e o Vasco na Série B!

O Santo André, por sua vez, venceu após 8 partidas de jejum! Um alívio para o time do ABC, que deixa a zona de rebaixamento pelo menos até o final de semana.

- Nos outros jogos desta quarta, o Barueri afundou ainda mais o lanterna Sport, fazendo 2 a 1 em casa. Arrisco dizer que o Rubro-Negro pernambucano, com 13 derrotas, é o primeiro rebaixado para a Série B. E o Vitória acabou com jejum de cinco jogos ao bater o Atlético-PR por 2 a 1, em casa. A primeira vitória de Vágner Mancini nesta sua volta ao time baiano. A primeira derrota de Antônio Lopes no comando do Furacão.

- A rodada continua nesta quinta com mais três jogos interessantes. Nos Aflitos, o Náutico recebe o Goiás, melhor visitante do Brasileiro, tentando provar que ainda está vivo. O Esmeraldino assume a liderança caso derrote o Timbu. No Maracanã, o Flamengo encara o Cruzeiro e o resultado do jogo vai dizer pelo quê o Rubro-Negro vai brigar no campeonato. E no Mineirão, o Atlético-MG quer mostrar que não é cavalo paraguaio diante do embalado Avaí, que não perde há nove partidas. Promessa de uma bela noite de futebol!

EXCLUSIVO - BRAZ: "SE TIVER OUTRA PROPOSTA, VAMOS NEGOCIAR. NÃO É LEGAL SER INTRANSIGENTE"



Olá blogueiros! Essa semana está sendo bem movimentada para a nação Rubro-Negra. Depois da goleada sofrida para o Grêmio, a novela Emerson, como bem destacou o companheiro Felipe Vasconcellos, tomou conta da semana flamenguista. Como sempre, o PASSANDO A BOLA vai atrás da informação mais precisa possível. Conversamos com Marcos Braz, chefão do futebol do Flamengo. Os assuntos: Emerson, Bruno Paulo e reforços entraram na pauta. Confiram!

PASSANDO A BOLA: Marcos, o que aconteceu na negociação do atacante Emerson?

MARCOS BRAZ: Eu não tinha conhecimento da proposta. Às 11h da manhã (de terça) eu recebi, analisei e achei abaixo dos interesses do Flamengo.

PB: Você já conversou com o jogador? Ele ficou triste com a negativa do clube?

MB: Eu não sei se ele gostou. Ele é profissional e tem que entender. Ele tem um procurador, mas ele tem que entender. Eu defendo o Flamengo.

PB: Está havendo uma pressão por parte do Reinaldo Pitta, empresário do jogador, para o negócio sair?

MB: Não vejo assim. Eu vejo que os árabes ofereceram uma proposta que foi recusada (1 milhão de Euros). Segunda-feira veio outra proposta que também foi recusada. Agora é direito dele, esperar outra proposta e apresentá-la ao Flamengo.

PB: Qual valor seria aceito por vocês?

MB: A multa é de 6 milhões de Euros. O Flamengo não aceita sondagem. Se tiver outra proposta vamos negociar. Não vamos bater na mesa e pedir a multa. Não é legal ser intransigente. Temos que respeitar os interesses do jogador também.

PB: Mudando de assunto, você já tem alguma posição em relação ao jovem Bruno Paulo?

MB: Não tenho nenhuma posição. Fizemos a proposta ontem e estou no aguardo. Estou muito tranquilo com isso. Não me arrependo de ter colocado ele para treinar com os juniores novamente.

PB: Você acredita que faltou gratidão por parte do Bruno?

MB: Essa palavra não combina com o futebol de hoje. O importante é falar que a proposta feita pelo Flamengo foi justa. Mais para frente eu vou abrir a proposta para o público. Eu vou esperar a resposta. Eles acharam que ele ficaria jogando até fevereiro e aí a valorização seria vantajosa para ele e para o procurador.

PB: Reforços?

MB: Fizemos a primeira proposta pelo Corrêa ontem à tarde. Mas por problemas de fuso ainda não tivemos uma resposta. Ele é o nosso único foco no momento. Não há interesse no Ricardinho, é um grande jogador, mas não interessa.

Vai ou não vai?

Às vezes tenho a impressão de que o futebol brasileiro parece a TV Globo. É uma novela atrás da outra. A da vez é a ida (ou não) do atacante Emerson, do Flamengo, para o chamado Mundo Árabe. Há duas semanas, os veículos de imprensa publicaram que o Sheik recebera uma proposta milionária do Al-Ahli, dos Emirados Árabes - cerca de R$12 milhões por dois anos de contrato para o jogador- e que o Rubro-Negro, atolado em dívidas, aceitaria a pequena parte a que teria direito - algo em torno de U$1 milhão.

Emerson, claro, ficou balançado com a quantidade de dinheiro em jogo, com toda a razão. Afinal tem 31 anos, família e não tem mais muito tempo de carreira. Porém, os pedidos para ficar da torcida após a partida diante do Corinthians mexeram com o coração rubro-negro do atacante, que resolveu recusar e continuar na Gávea. Parecia que estava tudo resolvido.

Pois bem, parecia. Não é que os árabes aumentaram ainda mais o valor que iria para a mãos do jogador? Agora as cifras, segundo comentários de colegas da imprensa, chegaram a R$17 milhões, só para ele. É muita grana. E o dinheiro que o Flamengo receberia também seria maior. Novamente de acordo com alguns meios de comunicação, R$5 milhões. Aí o negócio foi dado com certo, fechado. Jornais e sites publicaram que não haveria mais jeito. Emerson estava decidido a sair e o clube carioca decidido a vendê-lo.

Eis que nesta terça, durante o treino no Ninho do Urubu, todos estavam lá esperando ouvir uma palavra do atacante, comunicando sua saída e também explicações e a oficialização do negócio da boca do vice de futebol, Marcos Braz. Na coletiva, porém, um susto. O dirigente simplesmente negou a venda, falou que os valores oferecidos eram muito abaixo do que o Flamengo queria e que para tirar Emerson seria preciso mais. Vocês precisavam ver a cara dos repórteres. Ninguém sabia o que falar, para quem ligar. O que era certo, do nada virou engano. E Marcos Braz ainda comentou que o valor era de cerca de U$2 milhões.

Ou seja, nesta história há muito disse-que-disse e ninguém mais sabe o que vai acontecer. Será que ele sai? Será que fica? Será que os árabes vão oferecer mais para o Flamengo? Será que o Sheik está satisfeito com a recusa do clube? São muitas questões e, no final da noite de terça, até o nome do clube árabe disposto a contratar o atacante mudou. Deixou de ser o Al-Ahli, agora é o Al-Ain.

Aguardem os próximos capítulos.