terça-feira, 2 de junho de 2009

SEU JACKSON: JOÃO SALDANHA NÃO ALIVIAVA PARA VAGABUNDO!

Amigos do Passando a Bola. Voltei para comentar aquela palhaçada que ocorreu na sede das Laranjeiras. Os jogadores, técnicos e dirigentes de hoje em dia são uma cambada de frouxos! Não podem aliviar para vagabundo não. Ah, se fosse na época do Saldanha... o João colocava esses desocupados para correr em um piscar de olhos. E o Diguinho, meu Deus! Levou um murro na boca do estômago e depois saiu correndo que nem um moleque. Lamentável. Bengala neles!!! Mas, já que citei o gênio forte do João Saldanha, vamos relembrar uma deliciosa passagem desse grande jornalista e técnico do futebol brasileiro.


No dia 20 de dezembro de 1967, na sede do Mourisco Pasteur, no Rio de Janeiro, houve um jantar de confraternização em homenagem aos campeões do Campeonato Carioca daquele ano, presidido por Althemar Dutra de Castilho, que acabara de derrotar Ney Cidade Palmeiro nas eleições do Botafogo. Quando a festa já começara, João Saldanha (foto) chegou acompanhado de Luiz Mendes e Bebeto de Freitas (ex-presidente do Botafogo e sobrinho de Saldanha). Nesse exato instante, Manga (foto) levantou-se da mesa e caminhou decidido em direção a Saldanha. João, que sempre andava armado, sacou seu revólver e deu dois tiros em Manga, que só não acertaram o alvo porque Bebeto e Mendes seguraram seu braço de maneira mais do que providencial. Um terceiro tiro ainda foi disparado a esmo.


Manga, dotado de um porte físico extraordinário, fugiu em disparada e pulou, de uma só vez, o muro que cercava o Mourisco e desapareceu na noite. Sandro Moreyra, sempre galhofeiro, garantiu que Manga, naquela noite, batera o recorde mundial do salto em altura, pois os muros do Mourisco mediam cerca de três metros.

Mas toda essa história tem uma razão de ser. No dia 19 de setembro daquele ano, a então CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF) teve a infeliz idéia de nomear Castor de Andrade, bicheiro e presidente do Bangu, para chefiar uma delegação brasileira que foi enfrentar o Chile no Estádio Nacional de Santiago. O Brasil, dirigido por Zagallo, venceu o Chile por 1 a 0, gol de Roberto, contando no seu time com vários jogadores do Botafogo, como Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas, Gérson e Roberto, o autor do gol. Daí surgiram os boatos de que Castor teria aliciado Manga caso Botafogo e Bangu fossem para a final do campeonato, como aconteceu.


O fato é que Manga teve, como Saldanha disse, uma atuação suspeita no jogo contra o Alvirrubro. Num determinado lance, ao saltar com Del Vecchio, do Bangu, o goleiro alvinegro socou a bola contra as próprias redes, quando o placar (que seria o final) já era de 2 a 1 para o Botafogo. O árbitro deu falta de Del Vecchio, mas a partir desse momento, Gérson passou a jogar de líbero, entre Zé Carlos e Leônidas. Aí não passou mais nada. Até hoje o Canhotinha de Ouro silencia sobre o assunto. Mas Manga foi embora do Botafogo em 69, dez anos depois de chegar de Pernambuco. Hoje, 40 anos depois, o mistério permanece. Manga estava ou não vendido a Castor de Andrade?


Mudando de assunto, eu não poderia ir embora sem falar do meu São Cristovão, o maior time do mundo. Essa semana todo o Brasil pode acompanhar a história do jovem suíço, Léo Sebastian (foto), que saiu do Velho Mundo para ganhar a ginga e a malandragem no Brasil. É, meus jovens, ele não desembarcou aqui na Cidade Maravilhosa para jogar no Vasco, que se encontra aqui no bairro. Nem nos outros três clubes ditos grandes do Rio. Ele veio atrás da magia, do gramado mágico da Figueira de Melo. Léo pesquisou na internet e achou o clube que revelou o Fenômeno do futebol, Ronaldo Nazário. Amigos, ele tinha o sonho de vestir a camisa do Esquadrão Branco! Momento histórico para o futebol brasileiro. Em tempos em que nossos jovens são seduzidos pela Europa, um europeu de 17 anos vem para o Brasil e para jogar no meu São Cricri. Parabéns jóia do subúrbio!

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