terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Jobson precisa de ajuda, não de punição

O atacante Jobson, talvez o grande responsável pela manutenção do Botafogo na Primeira Divisão, foi julgado nesta terça e condenado a 2 anos de suspensão por ter sido flagrado duas vezes por uso de cocaína durante o Brasileirão. Se considerarmos que os dois casos foram julgados separadamente e que isso poderia acarretar no banimento do jogador do esporte, até que a punição foi lucro.

Mas um dado no depoimento de Jobson me assustou. Aliás, mais do que isso. Deu-me a certeza de que o atleta precisa de ajuda, mais do que punição. Aos auditores, o jovem de apenas 21 anos revelou que a substância que consumiu não foi cocaína e sim crack, uma droga feita a base de cocaína, mas que tem efeitos ainda mais devastadores. Pior. Jobson assumiu que usa a droga, esporadicamente, desde 2008. Ou seja, se ainda não pode ser considerado um viciado, deve ser tratado logo como um, antes que seja tarde.

Tenho a opinião de que as drogas que não dão aos atletas ganho esportivo em relação aos seus adversários devem ter tratamento diferente na hora dos julgamentos. São doping sim, mas doping social, algo que qualquer ser humano, de qualquer profissão, classe, raça está sujeito a vivenciar. Portanto, tratando-se de um rapaz de 21 anos, que teve uma infância pobre, não teve uma formação educacional decente, talvez não tenha tido acesso a informação relacionada a entorpecentes, acho que, mais do que punir o atleta, deve-se ajudar o homem. Ainda mais porque Jobson mostrou ter grande qualidade e um enorme futuro pela frente. Desde que seja devidamente tratado e acompanhado por profissionais, antes que vire apenas mais uma estatística.