segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PASSANDO A BOLA - MESA REDONDA

Amigos, está no ar mais um Passando a Bola Mesa Redonda. Neste programa destacaremos a 30ª rodada do Brasileirão, debateremos a terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA e escolheremos o craque e o gol mais bonito da rodada, além do Troféu Hélio dos Anjos e o nosso toque final. Vejam!

Neste primeiro bloco, os destaques da 30ª rodada do Brasileirão:



Neste segundo bloco, uma análise da terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA:



Neste terceiro bloco, a escolha do craque e do gol mais bonito da 30ª rodada, além do Troféu Hélio dos Anjos e de nosso toque final:


Quem é o craque do campeonato?

Antes do jogo entre Palmeiras e Flamengo promoveram a partida como o duelo entre os dois craques do campeonato: Diego Souza e Adriano. Não era para menos. Os dois realmente estão em ótima fase, são fundamentais para suas equipes e voltavam da Seleção Brasileira. Mas depois do que se viu ontem no Palestra Itália, com todo respeito ao Imperador, deixo-o um pouco de lado nessa lista e coloco Petkovic. A cada partida me impressiono mais com a forma do sérvio. Além de estar esbanjando condicionamento físico, correndo muito e participando ativamente do jogo, sua técnica parece ficar mais apurada proporcionalmente à sua idade. Aos 37 anos, o gringo mostra que quem é craque sempre terá espaço no futebol, não importa o ano de nascimento.

Falo isso baseado em números. Adriano é um dos artilheiros do campeonato, contribui bastante, especialmente com gols. São 15 no campeonato. Mas acho que em termos gerais, Petkovic é mais comparável a Diego Souza nesse status de craque do Brasileirão. Até pela posição em campo e pela contribuição não só balançando as redes adversárias, mas também dando passes e participando ativamente de gols. E, nessa "briga" com o camisa 7 palmeirense, o 43 rubro-negro leva a melhor nos números: Diego atuou em 26 dos 30 jogos do Palmeiras no campeonato. Nesses, foi titular em 25. Marcou 7 gols e participou diretamente de outros 7 gols (assistências + participação direta na jogada). Isso dá uma média de 0,27 gol por partida e 0,27 participação em gols por partida. Pet é superior nesses quesitos: foram 16 jogos, sendo 10 como titular, 6 gols e 8 participações diretas. Uma média de 0,38 gol por partida e 0,5 participação em gol por partida.

Porém, há um dado que pesa ainda mais a favor do sérvio. Ele foi titular pela primeira vez contra o Corinthians. Somando esse jogo com os anteriores nos quais foi reserva, Pet fez um gol e participou de outro. Depois, ficou três jogos fora por lesão e voltou contra o Santo André, justamente na primeira partida dessa arrancada de 9 invictas que o Flamengo vive no momento. Foi titular em todos e pasmem: dos 18 gols da equipe, nada menos do que 12 tiveram participação ativa do gringo. 66,6%. É muito.

Diego Souza está na frente nessa disputa porque o Palmeiras é líder isolado e o título com certeza (e com justiça) pesa na escolha do craque da competição. Mas dependendo da colocação final do Flamengo, me arrisco a dizer que Petkovic pode ser eleito. Falando por mim, hoje eu fico com o gringo. E vocês?

Outro fato que me faz colocar Pet nesse patamar é a maneira como sua volta ao Flamengo foi tratada. Piada, isso mesmo, piada. Muitos acharam graça e riram quando o Rubro-Negro o anunciou. Disseram que era uma prova da falência do clube, que o meia jogaria apenas de favor, que era ex-jogador em atividade e por aí vai. Não se fala isso de um ídolo de uma Nação, como o próprio Petkovic gosta de falar. Outros não fizeram troça, mas duvidavam que o gringo pudesse realmente ser útil. Eu mesmo achava que ele poderia ajudar de vez em quando, entrando na segunda etapa, batendo uma falta aqui, um escanteio acolá. Mas ninguém, repito, NINGUÉM, poderia imaginar que Pet estaria "voando" do jeito que ele está. Ninguém, a não ser o próprio Petkovic.

Em entrevista pra gente, na estreia do Passando a Bola Entrevista, lá no começo de julho (não custa nada lembrar que fomos os primeiros a falar com ele nessa volta) ele já se mostrava confiante na sua capacidade e disse com todas as letras: "Tenho confiança em mim. Só eu tenho a perder. Estou arriscando todas as minhas fichas porque sei que ainda posso render e ajudar o Flamengo." Confesso que ali, ao lado dele, não acreditei muito, mas admirei sua postura. Digamos que paguei pra ver. E vi. Ou melhor, estou vendo.