domingo, 2 de agosto de 2009

A sorte virou

O Botafogo parece ter se reencontrado. O time já tinha melhorado bastante nas últimas rodadas, venceu algumas partidas e empatou outras, mas não perdia. Porém, os empates geralmente vinham de forma que deixavam um gostinha de derrota na boca, sempre nos minutos finais dos jogos. Ontem a história foi diferente. O Alvinegro não fez uma boa partida, chegou a ser dominado pelo Barueri na maior parte do confronto - apesar de não ter sido um domínio que levasse a equipe paulista a criar chances claras -, mas aos 46 do segundo tempo conseguiu o gol da vitória por 2 a 1, que levou o time aos 19 pontos, na 13ª posição. São 7 partidas de invencibilidade da equipe de Ney Franco, que vai subindo aos poucos na tabela.

A boa notícia de ontem foi a consolidação da boa fase de André Lima no ataque glorioso, além da entrada de Jonatas, que melhorou muito a qualidade do passe do meio-campo. O ex-flamenguista começou a jogada do segundo gol, que também passou pelos pés de Reinaldo, outro que entrou no decorrer da partida. Ou seja, o Botafogo tem opções agora para tentar mudar um jogo quando necessário. Ney Franco também tem méritos nisso. Ele sabe armar o time, conhece os jogadores que tem e o que cada um deles pode dar. O risco de rebaixamento vai ficando para trás e a equipe carioca já concentra suas forças numa vaga na Sul-Americana (mais do que isso ainda não acredito). Mas precisa melhorar algumas coisas, como as jogadas pelas laterais. Nisso a estreia de Michael vai ajudar bastante, pois Batista, apesar de esforçado, não é do ramo.

O Barueri segue em franca decadência. O caçula não vence há 4 jogos, sendo que perdeu os últimos 3. Caiu para a 9ª posição e pode ser ultrapassado por Grêmio e São Paulo hoje. Será que é mais um daqueles casos de times que começam o campeonato com tudo e vão aos poucos caindo, terminando na Série B? O clube está em crise, deve sálarios a jogadores e comissão técnica desde que a prefeitura da cidade brigou com os dirigentes e cortou a verba. Veremos no futuro.

- O Palmeiras segue impossível! Venceu o Sport na Ilha do Retiro pela terceira vez no ano (1 a 0, gol contra de Bruno Teles) e se isolou na liderança do Brasileirão. Tem 34 pontos, a maior pontuação da era dos pontos corridos em 16 rodadas, 6 a mais que o Atlético-MG, que joga neste domingo. Muricy mudou o esquema da equipe, atuou num 3-5-2 e, apesar do Verdão não ter feito uma grande partida, foi positivo o fato dos jogadores não sentirem dificuldades com a mudança. E olha que alterar esquema tático requer tempo de adaptação. Então ponto para o novo treinador alviverde e olho no Palmeiras, que vai pintando como favorito para levar o título. Pelo menos por enquanto, já que pode-se dizer que é o time mais confiável do momento.

Corações a prova

Desde que eu tinha cinco anos acompanho o Vasco atentamente. Lá se vão pouco mais de duas décadas (não vou me entregar), e, se tem uma coisa que eu aprendi sendo vascaíno, é que nada para o Vasco vem fácil. Como a vitória de hoje, sobre o Juventude, por 2x1. Afinal só o Vasco para complicar uma partida que aos seis minutos estava um a zero, no pênalti muito bem cobrado pelo capitão Carlos Alberto, e aos 21 já estava dois a zero, no belo chute de Souza - uma pancada a 104 km/h.

Quando o vascaíno médio deve ter pensado em sentar e relaxar, o Vasco resolveu dar emoção ao jogo. Recuou demais e passou a deixar o Juventude criar chances. Não foram muitas, mas uma delas foi o pênalti de Vílson em Zezinho (garoto enjoado), que Mendes cobrou, deixando o placar em 2x1. No segundo tempo o Vasco sofreu por um bom... tempo. Até os contra-ataques aparecerem, o Juventude até bola na trave meteu. E aí foi a vez de Adriano colocar corações vascaínos a prova, desperdiçando três chances daquelas de fazer locutor dizer "até minha avó fazia".

No fim, vitória que não esconde os erros. Paulinho na lateral não deu certo, o time não funcionou quando passou para o 3-5-2, o meio-campo carece de mais criação, o ataque, de pés mais certeiros. A defesa, agora, precisa de mais tranquilidade. Até Fernando Prass andou se enrolando, principalmente nas saídas do gol. Vitória que leva o Vasco de volta ao G4, na vice-liderança. E com uma tabela favorável pela frente, pelo menos até enfrentar a Portuguesa, no Canindé.

Até lá espera-se que o Vasco dê férias aos combalidos corações de sua torcida.
Por Thiago Teixeira (Acompanhando o Vasco)