quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Batalha dos Aflitos II

Antes de mais nada, eu sei que não fui nem um pouco original em meu título. Afinal, devem ter milhares de textos, matérias e colunas falando sobre o jogo entre Náutico e São Paulo, ontem, com esse mesmo título. Mas não estou nem aí, até porque não encontrei algo melhor e mais apropriado do que isso. Os próprios jogadores são-paulinos definiram assim o triunfo heroico na casa do Timbu, depois de estar perdendo o jogo e de ter ficado, em dado momento, com dois jogadores a menos em campo. De quebra, o Tricolor quebrou um jejum que durava 14 anos. A última vez que o time havia vencido o Náutico, no Recife, foi em 1995, pela Copa do Brasil (4 x 1). Pelo Brasileirão da Série A o tempo era ainda maior: 1982 (também 4 x 1).

Foi um jogaço nos Aflitos, um dos melhores deste campeonato, com certeza. O Náutico, jogando diante de sua torcida, precisava da vitória desesperadamente para abrir distância da zona de rebaixamento. O time pernambucano não vencia há quatro rodadas (sendo duas delas em casa) e só não tinha entrado no chamado Z-4 porque seus rivais na parte de baixo da tabela são ainda mais incompetentes. O São Paulo, por sua vez, vinha de dois empates consecutivos e, cinco pontos atrás do líder Palmeiras, também precisava vencer para não ver o rival abrir ainda mais vantagem na primeira colocação.

Talvez por isso a partida tenha começado em um ritmo frenético, principalmente por parte dos donos da casa. O Timbu foi pra cima desde o início e só não abriu o placar antes dos 10 minutos porque Bruno Mineiro bateu muito mal o penalti que Patrick sofreu. Bosco também teve mérito por ter acertado o canto e defendido a cobrança. Porém, o Alvirrubro não sentiu e continuou em busca do gol, que saiu aos 12, com o próprio Bruno Mineiro aproveitando bate-rebate na zaga tricolor. A partir daí o jogo ficou aberto, com os dois times tentando o gol a todo momento. Até que Junior César sofreu falta de Patrick, reclamou acintosamente com o árbitro Francisco Carlos Nascimento, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso. A tarefa do Náutico pareceu que seria facilitada, mas o São Paulo conseguiu se segurar até o intervalo.

Quem esperava que a equipe de Ricardo Gomes voltaria cautelosa se enganou. Mesmo com 10 em campo, o Tricolor foi pra cima tentando o empate e a partida ficou lá-e-cá, com os dois times alternando ataques perigosos. Bosco e Glédson se destacavam com boas defesas, até que Hernanes cobrou falta da entrada da área, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro alvirrubro: 1 a 1. Aí Richarlysson tratou de tentar estragar a reação tricolor ao cometer falta boba no meio-campo e ser expulso. Com dois a mais, o Náutico foi com tudo para o ataque. Geninho colocou quatro atacantes em campo, mas esqueceu da defesa e o Timbu ficou exposto aos contra-ataques são-paulinos, sempre assustando. O time pernambucano cansou de perder gols e, como se diz há anos no futebol, quem não faz, leva. Em contra-ataque, Oscar rolou para Hugo encher o pé, de primeira, um golaço! Antes disso Claudio Luiz tinha sido expulso e depois foi a vez de Michel também levar cartão vermelho.

Final de jogo e muita comemoração (merecida) do São Paulo. O Tricolor "roubou" a vice-liderança do Goiás e diminuiu a diferença para o Palmeiras para 2 pontos, pelo menos até o final de semana.

Já o Timbu vai ter que depender da incompetência dos rivais para permanecer fora da zona de rebaixamento, mas precisa reagir logo, pois foi a quinta partida sem vitória. Apenas torcer contra não é suficiente para salvar alguém da degola.