quarta-feira, 3 de março de 2010

OPTIMISTA DEL GOL

Finalmente o dia chegou. A noite de 1º de Março de 2010 entrou para a História do Boca Juniors. O Estádio José Amalfitani, do Vélez Sarsfield, foi palco do gol 218 de Martín Palermo com a camisa Xeneize. Assim, o “Otimista do Gol” iguala a marca de Roberto Cherro como maior artilheiro boquense de todos os tempos. Um mito, um fenômeno, um personagem este Martín.

Injustamente o atacante ficou marcado pelos três pênaltis perdidos contra a Colômbia na Copa América de 1999. Ficou afastado até mesmo da seleção argentina até as rodadas finais das Eliminatórias, em 2009. Dez anos de ausência. E neste período Palermo conquistou tudo o que podia com a camisa do Boca, tornando-se um dos ídolos máximos da 12. Para o imaginário do hincha comum, Palermo está no nível de Riquelme e Maradona.

Quando voltou a seleção, Palermo salvou a Argentina da eliminação. O gol contra o Peru, debaixo de um dilúvio, só poderia ter sido obra de um jogador com a vivência dele.

Um homem de bom coração, simples, que tenta, a todo momento, ser uma pessoa comum, que faz o seu trabalho com prazer. E acaba levando alegria a milhões. Este é Palermo. O super-herói que superou lesões, a morte de um filho recém-nascido, questionamentos quanto a seu rendimento, marcando gols. Os gritando como se quisesse exortar da alma as suas angústias.

Além dos 218 gols, Palermo é o maior artilheiro do Boca Juniors em partidas internacionais. Ninguém marcou mais do que ele também na Bombonera. Parabéns Palermo, nós o saudamos!

Só para registrar, Vélez Sarsfield e Boca Juniors empataram em 4 a 4. O gol histórico foi o terceiro e nasceu numa jogada genial, mais uma, de Riquelme. Palermo completou de cabeça para as redes. Para tornar o feito mais folclórico, o atacante ainda perdeu um pênalti, defendido por Montoya. Quem importa? Palermo é Palermo.
Por Raphael Martins

Sede por polêmica

Chega a ser cruel toda essa polêmica criada em torno da foto em que o menino Wellington Silva, do Fluminense, veste a camisa do Flamengo. Cruel porque após estrear pela equipe profissional do Flu, no Maracanã, com a camisa 10, jogar bem e marcar um gol, Wellington deixou no vestiário as frases feitas e a falsa emoção para ser o que ele realmente é: um menino de 17 anos. E como tal, chorou. Um choro sincero, emocionado, de alguém que teve que batalhar muito na vida para conseguir chegar ali, naquele momento especial.

Pois bem. Há prova maior de amor a um clube do que o choro de alegria ao realizar o sonho de entrar em campo trajando a camisa que defende desde criança? Será que o simples fato de vestir uma camisa de um rival é o suficiente para tentar se criar uma polêmica às custas da ingenuidade de um adoslescente? Por que, ao invés de insistir em algo tão superficial, os jornais não vão investigar e buscar as razões para um número cada vez maior de jovens cada vez menores estarem sendo negociados para o exterior?

Não sejamos hipócritas. TODOS os jogadores de futebol têm um time de coração, é natural. Assim como todo jornalista o tem também. É impossível gostar de futebol e não ter uma paixão clubística, pois uma está intimamente ligada a outra. E se Wellington Silva realmente fosse rubro-negro quando mais novo? Isso faz dele um traidor do Tricolor? Junior e Andrade, ídolos eternos do Flamengo, admitiram que, quando crianças, torciam para Fluminense e Botafogo, respectivamente. E isso não os impediu (pelo contrário) de fazer história por um rival. Portanto, deixem o Wellington Silva em paz, fazendo o que sabe e vamos apreciar seu futebol, até porque teremos pouco tempo para isso, já que em 2011 seu destino será a Inglaterra.