quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Acabou a palhaçada

Até que enfim os clubes do Rio e o governo do estado botaram a mão na consciência e viram que esta medida proibitiva de se comprar ingresso para o Maracanã nos dias das partidas era ridícula e descabível. Onde já se viu, do dia para a noite, tentar mudar algo que está enraizado na cultura do carioca desde que o Maraca foi construído. A tentativa de organizar o espetáculo é válida, não sou adepto da bagunça e acho que o Maior do Mundo tem um monte de defeitos. Mas não é proibindo o torcedor de comprar sua entrada no dia do jogo que isto vai mudar.

O resultado, é claro, foi desastroso. Flamengo x Duque de Caxias. Está certo de que o Rubro-Negro jogou com um time praticamente reserva, mas era a estreia do atual campeão brasileiro. Somente 16 mil pessoas compareceram e esse número não foi menor porque o Fla decidiu em cima da hora abrir as bilheterias. Ontem, Fluminense x Bangu, feriado, encontro da torcida tricolor com o time pela primeira vez no ano depois do épico final de 2009. 11 mil pagantes. Com certeza muito menos do que o esperado. Quem perdeu com isso? Todos. As equipes não tiveram tanto o apoio das arquibancadas, os clubes arrecadaram bem menos e, consequentemente, menos dinheiro foi para a Suderj.

Ainda bem que apenas esses dois exemplos foram o suficiente para perceberem que a ideia era pouco inteligente e voltarem ao normal. O torcedor carioca, o Maracanã e os clubes agradecem.

Estádio Olímpico, gramado de várzea

A vitória do Botafogo sobre o Friburguense ficou em segundo plano nesta quinta. O que chamou a atenção foi o péssimo estado do gramado do Engenhão. Uma vergonha. Ontem, no jogo do Vasco, já deu pra perceber que a situiação era ruim, mas como choveu bastante, fiquei com a impressão de que a quantidade de água atrapalhou. Mas não. Hoje, seco, a situação ficou pior ainda. Inúmeros buracos, campo irregular... Um estádio que custou milhões aos cofres públicos, inaugurado há menos de 3 anos, não ter um gramado no mínimo decente e em condições de proporcionar um bom espetáculo é ridículo.

Agora me pergunto. Se hoje o campo está assim, coitado dos jogadores de Botafogo e Vasco, que se enfrentam domingo. Isto porque sábado, Bangu e Flamengo também se enfrentam no Engenhão. O mais curioso é que nessa história toda, quem se prejudica, pelo menos nas partidas contra os clubes menores, é o próprio Alvinegro, com atletas mais técnicos, mas que não conseguem colocar em prática suas qualidades por causa do gramado. Assim fica difícil de acreditar que o Engenhão conseguirá suprir a falta do Maracanã durante os longos mais de 2 anos que o Maior do Mundo estará fechado para reformas. Acorda Botafogo!

Ah, em relação ao jogo, o Alvinegro não jogou nada, mas venceu. Aliás, esta tem sido a lógica deste campeonato. Os clubes grandes, até por estarem em início de preparação, têm em sua maioria encontrado dificuldades para derrotar os adversários mais modestos, mas até agora os 4 têm 100%. Indício que o nível dos maiores subiu, mas principalmente de que essas equipes menores estão bem fraquinhas e são meras coadjuvantes. Os destaques da equipe de Estevam Soares foram o atacante Herrera e os reservas Renato Cajá e Caio. Este último mostrou muita habilidade nas jogadas pelo lado direito. Pode ser uma boa opção para este ano.

Muita chuva, pouco futebol

O Vasco voltou a encontrar dificuldades, mas derrotou o América por 2 a 1, no Engenhão. Além do péssimo estado do gramado, cheio de buracos e alagado pela forte chuva que caiu na noite desta quarta-feira, o time cruzmaltino não exibiu um bom futebol, errando muitos passes. Mesmo assim, pode-se destacar as atuações de Phillipe Coutinho, especialmente no primeiro tempo, Carlos Alberto, no segundo, e Nilton, no jogo todo. No mais, Wagner Mancini ainda terá muito trabalho para fazer com que esse time do Vasco renda o que a torcida espera.

A primeira etapa foi bem equilibrada, o que não é bom um sinal para o time de São Januário, pois o América é bem fraquinho. As duas equipes criaram chances de gols, mas esbarraram nas boas presenças dos goleiros Fernando Prass e Roberto. Após o intervalo, a entrada de Souza na vaga de Jumar deu outro ritmo ao Vasco, que passou a controlar a posse de bola e a criar boas oportunidades, especialmente pelo lado direito, onde o jovem meio-campo cruzmaltino passou a jogar. Assim, a vitória foi construída com gols de Nilton e Carlos Alberto, com Fágner marcando contra o tento americano.

Durante a transmissão da partida na Rede Globo, um internauta enviou uma questão interessante. Perguntou ele se Dodô estava em condições físicas de ser titular. Eu respondo. Não, falta ritmo, o que é normal para um jogador de 35 anos que ficou mais de 1 ano e meio parado. Mas Mancini não tem escolha. Tem que escalá-lo porque simplesmente não tem outras opções ofensivas. Robinho está machucado, Rafael Coelho não conseguiu entrar em forma e Élton ainda nem começou a treinar com o grupo. Ou seja, a torcida vascaína deve ter paciência com seus homens de frente neste começo de Estadual.