segunda-feira, 25 de maio de 2009

Obina no Palmeiras: bom para quem?

A notícia desta segunda-feira foi a contratação de Obina pelo Palmeiras. O atacante vai reforçar o Alviverde até o final do ano, quando acaba seu empréstimo. Caso os paulistas queiram ficar permanentemente com o jogador, o Flamengo receberá R$ 4 milhões. Obina já deve reforçar seu novo clube nesta quinta-feira, diante do Nacional-URU, na primeira partida das quartas-de-final da Libertadores. Ele será inscrito na competição na vaga de Evandro, que foi para o Atlético-MG.

A grande questão é: quem sai ganhando com essa negociação: Obina, Flamengo ou Palmeiras? Na minha opinião, os dois primeiros. Antes de mais nada, não podemos deixar de reconhecer a importância que o atacante tem para a torcida e para o clube. Mesmo sendo muito mais uma figura folclórica (claro que ele nunca foi melhor do que o Eto'o), Obina foi responsável direto por dois títulos do Rubro-Negro: Copa do Brasil em 2006, marcando gol nas oitavas, nas quartas, na semi e na final da competição, e bicampeonato carioca em 2008, quando fez três gols nos dois jogos finais. Apesar disso, seus números não são dos melhores: 180 jogos e 47 gols.


Hoje, porém, a realidade é diferente. Obina não tem mais clima no clube. Foi mal em todas as partidas este ano. Não fez NENHUM gol. E olha que não faltaram oportunidades. Cuca lhe deu inúmeras chances, até o deixando bater duas penalidades. Nem assim adiantou. O ex-xodó perdeu as duas. Por isso acho que o Flamengo fez um bom negócio. Vai se livrar de um jogador que não era mais necessário e recebia um alto salário.

Para Obina também foi. Sem clima no Flamengo, ele terá uma chance de se recuperar em outra cidade, outro clube, outro tipo de cobrança. Vai jogar em um dos grandes clubes brasileiros, entrando direto na Libertadores. Mas terá que driblar a desconfiança da torcida e da imprensa paulista, que já zomba da mais nova contratação alviverde.

Quem sai perdendo nessa história toda é o Palmeiras. A equipe tem problemas no ataque, já que Keirrison, até bem pouco tempo atrás novo ídolo da torcida e candidato a Seleção Brasileira, não está jogando nada. A torcida agora já pega no seu pé e o apelidou de Pipokeirrison. Além disso, Lenny e Ortigoza não empolgam ninguém. Não acredito que Obina vá ser a salvação. Pelo contrário. Se o baiano jogar do jeito que estava no Flamengo, será mais um problema para Luxemburgo.

EN LAS MANOS DEL VIRREY

Após a derrota para o Defensor, um furacão passou por La Boca. Falou-se abertamente que Carlos Ischia já havia cumprido seu ciclo a frente do Boca Juniors. Após o jogo, Palermo declarou que algumas coisas precisavam ser mudadas. Mas então quem assumiria o comando da equipe?

Dois nomes surgiram logo depois da queda para o clube uruguaio: Alfio Basile e Carlos Bianchi. Com a eliminação precoce, o Boca deixou de faturar 2,6 milhões de dólares tidos como certos pela contabilidade xeneize. Sem essa grana, o balanço do clube na temporada 2008/2009 vai fechar no vermelho. Logo, a contratação de um nome como Alfio Basile foi descartada. O presidente Jorge Amor Ameal se reuniu com Ischia e Bianchi. Ficou decidido que o Pelado ficaria no comando até o fim do Torneio Clausura, ou seja, dirigiria o time em mais cinco partidas. Depois, Bianchi acumularia os cargos de treinador e manager, com total autonomia para contratar reforços. Assim como Sir Alex Ferguson, no Manchester United, teríamos a versão portenha do escocês. Seria Mr. Bianchi ou Sir Charles? Mas parece que o Virrey não quer mais ser treinador.


Bianchi deve ter refletido como seria difícil acalmar um grupo convulsionado, equilibrar as ações em meio à divisão existente no plantel, e manter a equipe no nível competitivo que os dirigentes e torcedores se acostumaram a ver. Realidade, aliás, criada pelo próprio Bianchi. Mas o senhor de cabelos grisalhos parece pensar estar velho demais para tudo isso. Tanto que quando foi chamado para ser manager, obrigou Ameal a incluir em seu contrato a cláusula de que não poderia assumir o comando do Boca após a demissão de Ischia. Agora, e com razão, Bianchi se fia nesta cláusula para não virar o treinador após o fim do Clausura. Todavia, será do Virrey a indicação para o próximo técnico do Boca. E quem seria esse nome? O próprio Coco Basile continua na lista. Outro nome especulado é o de José Pekerman, atualmente no Toluca, do México. A aposta também poderia vir da nova geração de técnicos argentinos: o ex-jogador do Boca, Diego Cagna, que fez um bom trabalho no último Torneio Apertura, comandando o pequeno Tigre à terceira colocação.

Capítulo 15
Ainda de ressaca após a eliminação precoce na Libertadores, o Boca perdeu mais uma no Torneio Clausura. Jogando muito mal, foi presa fácil para o Vélez Sarsfield, que aplicou 2 a 0 sem maiores dificuldades. O clima no José Amalfitani foi mesmo de fim de festa no lado azul y oro. Jogadores e o técnico Carlos Ischia (que está com prazo de validade acertado), não mostraram nenhum interesse em campo. De maneira melancólica, o Boca se acomodou na 17ª colocação. Já o Vélez segue na corrida pelo título.
Enquanto isso, a alegria voltou a Núñez. O River Plate venceu jogando bem. No Monumental o Millonário bateu o tíbio Independiente por 2 a 0, gols de Falcao García, que ainda perdeu um penal, e Barrado. Foi a melhor exibição do River em 2009 e está em sexto. Já o Rojo continua fazendo péssima campanha, 16º colocado, e há 10 anos não sabe o que é vencer um clássico contra o River.
O ponteiro continua sendo o Lanús, que venceu o chamado Clásico del Sur, contra o Banfield. O Granate venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Sand, na casa do Taladro. Juntinho a Vélez e ao Lanús, está o Huracán. O grande azarão do campeonato ganhou mais uma. De novo esbanjando excelente futebol, o Globo venceu o combalido Rosário Central, fora de casa, por 2 a 1. Dois gols do sensacional atacante Pastore. A derrota foi péssima para o Canalla, que cada vez mais se enamora com o rebaixamento. Em contrapartida, o Racing foi favorecido com esse resultado e arrancou um empate heróico em 0 a 0 contra o Colón, em Santa Fé. Bom resultado para a manutenção da Academia na Primeira Divisão. Agora faltam apenas quatro rodadas e muita coisa ainda pode acontecer. Lanús, Vélez e Huracán lutam cabeça a cabeça pelo título. Acho que vai dar Vélez, mas estou torcendo abertamente pelo Huracán.
Classificação: Lanús 31, Vélez 30, Huracán 29, Colón 25 Descenso: Racing 1,191; Rosário Central 1,155; Gimnasia La Plata 1,127; San Martín 1,088 e Gimnasia de Jujuy 1,027.


Ojo!!!!!

Com a péssima campanha que faz neste Clausura, o Boca Juniors se vê obrigado a conquistar o título do próximo Apertura se quiser estar na Libertadores de 2010. Isso porque as cinco vagas argentinas para o torneio são distribuídas da seguinte maneira: Uma para o campeão do Clausura e outra para o campeão do Apertura imediatamente anteriores ao torneio continental, ou seja, este Clausura e o próximo Apertura. As demais três vagas são distribuídas entre as equipes com melhores médias de pontos no ano. Com esse campeonato pífio é difícil imaginar que o Boca alcance uma boa média. O mesmo raciocínio serve para o River Plate. Está em sexto e tem que fazer uma campanha excelente para se garantir na próxima Libertadores. Só que as coisas estão “mais fáceis” para o Millonário. Não tem a obrigação de ser campeão, mas provavelmente será obrigado a terminar entre os três primeiros colocados. Enfim, a Libertadores de 2010, muito provavelmente, não vai ter a dupla mais famosa do futebol argentino.
Pero no mucho...
Acho exagerada a esfuziante comemoração de jornalistas, dirigentes, treinadores e jogadores dos clubes brasileiros envolvidos na Copa Libertadores, pela eliminação do Boca. Lendo as declarações, parece que um verdadeiro demônio foi exorcizado do caminho dos brasileiros. Parece que a Libertadores agora é apenas uma formalidade para Grêmio, Cruzeiro, São Paulo e Palmeiras. Pois eu não vejo tanta certeza num título verde-amarelo. É claro que pelo menos um time brasileiro vai estar na final. Até porque o Grêmio pega o adversário mais fácil nesta fase, o Caracas, e depois vai encarar São Paulo ou Cruzeiro. Mas do outro lado da chave, o irregular Palmeiras pode cair frente o Nacional. O Estudiantes, que aos poucos vai se acertando, também pode ser um adversário fortíssimo numa decisão. Isso sem falar no Defensor, “o exorcista da Bombonera”. É um time que joga um futebol acertadinho e pode vir a ser um novo Once Caldas. Y porque no???
Por Raphael Martins

Presente do futebol argentino é triste, mas o passado........

Amigos do Passando a Bola. Voltei para abrir os olhos de vocês sobre esse futebolzinho medíocre que se pratica hoje em dia. Que coisa horrível essa fase dos clubes argentinos. Os gigantes, Boca e River, estão com times horrorosos. O River foi desclassificado na primeira fase da Libertadores e o Boca caiu nas oitavas para o Defensor, do Uruguai, em plena Bombonera. E não para por ai. No Campeonato Argentino as duas equipes não têm a menor chance de título. Para terminar e comprovar que a fase do futebol argentino é péssima, depois de 11 anos os cinco gigantes do país (Boca Jr, River Plate, Racing, Independiente e San Lorenzo) estão fora da disputa pelo Clausura. Bengala neles!!!!!


Ah! Que saudade dos anos 40 e 50, quando o futebol argentino vivia uma fase sensacional. O River tinha uma equipe fantástica, chamada de “La Máquina”, que era liderada pelo craque Di Stefano. Nos anos 80, o Boca Juniors foi campeão, comandado pelo gênio Diego Maradona. Vamos relembrar essas duas equipes históricas.


No final dos anos 40, o futebol argentino atravessou uma grave crise, assim como nos dias de hoje. Sentindo-se como verdadeira mercadoria nas mãos dos clubes, os jogadores decidiram sindicalizar-se para exigir mais respeito e direitos contratuais. O grande líder do movimento foi o craque Pedernera. Durante 5 meses fizeram greve e não houve futebol na Argentina. Vivia-se um período conturbado e muitos jogadores, os melhores, decidiram emigrar.


Foi a hora de Di Stefano começar a se impor na primeira equipe do River, com apenas 16 anos. Muitos viam nele capacidades para continuar a saga da Máquina. A sua carreira começara aos 12 anos, nas equipes jovens do modesto Los Cardenales, mas aos 15 foi descoberto pelo River Plate. Um ano depois já estava na sua famosa equipe dos anos 40, “La Maquina”, jogando como médio direito, e não como avançado, como ficou célebre. Ao lado dos míticos Labruna e Pedernera, foi campeão em 47, ameaçando construir a nova máquina, onde começou a ser conhecido como La Sieta Rúbia! Entre 45 e 49, La Sieta fez 49 gols pelo River e conquistou dois Campeonatos Argentinos, em 45 e 47.


Saindo do Bairro de Nuñes, região nobre de Buenos Aires, chegamos ao Birro do Caminito, na comunidade de “La Boca”, residência do gigante Boca Juniors. Vamos lembrar da passagem do Diez vestindo a mítica camisa azul e ouro.

Apesar de ter começado no Argentinos Juniors, foi na Bombonera que o mais famoso jogador argentino de todos os tempos assombrou pela primeira vez o mundo com a sua magia. Maradona ingressou no Boca no início de 81. Ele tinha apenas 20 anos. Com o Pibe, o Boca venceu o campeonato de 1981, com 17 gols de Maradona em 28 jogos. Foram tempos inesquecíveis.
A imagem que vem à cabeça de todos os torcedores quando se fala do Boca de 81 é a noite do dia 10 de abril. Foi em La Bombonera e contra o River, que contava com Passarella, Fillol, Tarantini, Kempes, Gallego e Alonso, base da seleção argentina, campeã mundial de 78. O Boca venceu o maior clássico do futebol argentino por 3 a 0, com dois gols de Brindisi e um de Maradona, no qual o camisa 10 passou por toda a defesa do River e pelo goleiro Fillol até fazer o gol. O detalhe é que até o fotógrafo atrás do gol caiu com a ginga do Pibe. Isso sim era futebol de verdade! Mas por hoje é só. Na próxima semana tem mais. Até lá!