terça-feira, 14 de julho de 2009

Rodada devastadora

E a décima rodada do Brasileirão fez vítimas. Como falamos na gravação da nossa Mesa Redonda, ontem pela manhã, cinco treinadores corriam riscos após os jogos do final de semana e três deles acabaram demitidos: Parreira saiu do Fluminense, Vágner Mancini deixou o Santos e Márcio Bittencourt foi dispensado do Náutico. Com isso, já são oito demissões na Série A em 2009, mantendo a média de 7,8 trocas nas 10 primeiras rodadas desde que o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos, em 2003.

O primeiro a perder o emprego neste rodada foi Márcio Bittencourt, demitido do Náutico ainda na madrugada de domingo para segunda, após nova derrota, desta vez para o Palmeiras, por 4 a 1. O desempenho de Márcio no Timbu foi o pior possível, 0% de aproveitamento! Isso mesmo, o treinador simplesmente não pontuou. Foram 5 partidas disputadas e 5 derrotas. Claro que é muito pouco tempo para se avaliar um trabalho, mas como no Brasil os números vêm sempre em primeiro lugar, estava claro que a situação do treinador era insustentável. Além do mais, Carlinhos Bala, em recente entrevista, afirmou que a equipe corria mais na época do antecessor de Márcio Bittencourt, Waldemar Lemos, que deixou o Náutico e foi treinar o Atlético-PR. A diretoria alvirrubra agiu rápido e já anunciou um substituto. É Geninho, demitido do próprio Furacão, depois de péssimo início na competição. Coisas do futebol brasileiro.

Na manhã de ontem, Carlos Alberto Parreira foi dispensado do Fluminense. O Tricolor perdeu mais uma, desta vez para o Santo André, no Engenhão, e aumentou seu jejum de vitórias para 5 jogos (não vence desde 7 de junho, 1 a 0 no Botafogo). Para piorar, entrou na zona de rebaixamento, com 10 pontos, na 18ª colocação. Há 4 meses no comando do clube carioca, Parreira não conseguiu dar um padrão de jogo ao time e irritava bastante a torcida quando falava em todas as entrevistas que dava que a equipe ainda estava em formação. Os números do treinador não foram bons: ele dirigiu o Fluminense em 24 partidas e conseguiu apenas 8 vitórias, com 9 empates e 7 derrotas, um aproveitamento de 45,8%. No Brasileirão, este percentual é ainda mais baixo, 33%. O técnico tetracampeão do mundo em 1994 saiu expondo divergências entre clube e patrocinador.

Para o seu lugar, a diretoria tricolor sonhou com Muricy e Luxemburgo, mas os altos valores a fizeram optar por uma solução caseira: o assistente Vinícius Eutrópio foi efetivado e comanda o time nesta quarta-feira, contra o Inter. Porém, ele mesmo sabe que somente bons resultados podem mantê-lo como treinador.

O último a ficar desempregado foi Vágner Mancini, demitido do Santos após a goleada vexatória sofrida para o Vitória por 6 a 2. O cargo de Mancini já estava em perigo antes da partida, principalmente pelo fato de que Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo, velhos sonhos do presidente Marcelo Teixeira, estarem disponíveis no mercado. Mancini assumiu o Peixe em 19 de fevereiro e comandou a equipe em 29 partidas, obtendo 14 vitórias, 9 empates e 6 derrotas. O treinador foi elogiado pela campanha que culminou com o vice-campeonato paulista, mas a eliminação precoce na Copa do Brasil e a irregularidade neste Brasileiro foram determinantes para sua saída. Como já foi escrito acima, Muricy e Luxemburgo são candidatos ao cargo e até Felipão, que está no futebol do Uzbequistão, também teve seu nome comentado.

E neste meio de semana mais demissões podem ocorrer. Tite, do Inter, tem o seu trabalho questionado pela queda de rendimento do Colorado (venceu apenas dois jogos nos últimos 10 disputados e perdeu dois títulos nas duas últimas semanas) e Silas, do Avaí, conseguiu apenas uma vitória no campeonato e a equipe catarinense amarga a lanterna. Quem será o próximo?