terça-feira, 19 de maio de 2009

Juan, vou lhe contar sobre Nilton Santos

Amigos do Passando a Bola. Voltei para abrir os olhos de vocês sobre esse futebolzinho medíocre que se pratica hoje em dia. Que coisa horrível os jogos desse final de semana. E os times do Rio, hein? Nada de gols. Que saudade dos anos 50! Mas isso já é assunto gasto nesta terça.

Bengala nele!

Quero falar um pouco sobre esse menino, o Juan, do Flamengo. O que se passa na sua cabeça, rapaz? Perdeu o juízo? Mais uma vez você arrumando confusão, ficando nervosinho. Larga essa marra, que você não está com essa bola toda. Fique você sabendo que no sábado, dia em que você não jogou nada contra o Avaí, fazia aniversário um cara que reinventou sua posição. Graças a ele que você, de vez em quando, marca um golzinho. Já ouviu falar de Nilton Santos, a Enciclopédia do futebol? Vou contar um pouquinho sobre ele.

Como eu já falei, Nilton Santos revolucionou o futebol. Antes dele, os laterais não podiam passar do meio-campo, só tinham função de defender. E foi o jogador do Botafogo que começou com esta história de lateral indo ao ataque. Não bastasse ter sido escolhido pela FIFA como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos, Nilton foi um exemplo de fidelidade e dedicação. Em toda a sua carreira vestiu apenas duas camisas: a alvinegra do Botafogo e a da Seleção Brasileira. Pelo clube carioca atuou de 1946 a 1964, em 716 partidas. São 18 anos de história! Mas foi pelo Brasil que Nilton Santos conquistou seus títulos mais importante. Foi bicampeão mundial com a Seleção em 1958 e 1962. No total foram 75 jogos com o uniforme brasileiro.

E, apesar desse currículo invejável, Nilton Santos nunca desrepeitou um treinador, nem mesmo Flávio Costa, que o deixou no banco de reservas na Copa de 1950. Nos treinos, a Enciclopédia não caía em provocações. Pelo contrário. Era ele que provocava, mas dentro de campo, jogando o fino da bola. Uma vez, em um de seus primeiros treinos pelo Botafogo, Nilton Santos se viu de cara com Heleno de Freitas, um dos maiores atacantes da história do Alvinegro, ídolo nos anos 40. Apesar de novo, o menino não se intimidou e, quando Heleno foi até ele para tomar-lhe a bola, Nilton deu-lhe um lindo drible, para delírio dos outros jogadores que acompanhavam tudo. Heleno ficou morrendo de raiva e foi atrás do garoto. Mas Nilton não temeu e permaneceu no local, ganhando respeito de seus companheiros.

Então, Juan, como disse o Junior Maurell, baixa a tua bolinha! Você ainda tem que comer muito arroz com feijão para chegar aos pés de Nilton Santos. E parabéns, Enciclopédia!

Um comentário:

Seu Almeida disse...

Estou emocionado meu velho amigo Jackson!!! Nilton Santos foi o jogador que me fez torcer pelo alvinegro da estrela solitária . Cheguei de Portugal, na década de 50, e queria torcer por um time brasileiro, na terrinha sempre fui Benfica. Quase virei Flamengo pelas semelhanças com o meu encarnado, mas depois de um jogo entre os rubro-negros e o Fogão...onde os alvinegros massacraram o Flamengo com Nilton Santos, Garrincha, Didi e CIA...NÃO TIVE DUVIDAS SOU FOGÃOOO. Como sempre você me faz viajar no tempo, como diz a música..."que tempo bom que não volta nunca mais"".