Numa partida em que ambos os técnicos foram mal, sobrou para Marcos comprovar a fama de santo e classificar o Palmeiras para as quartas-de-final da Libertadores. O camisa 12 foi um heroi no tempo normal - fazendo defesas espetaculares, na derrota por 1 a 0 - e um super-heroi nos penaltis, ao defender três cobranças. Agora, o Verdão encara o Nacional-URU.
A partida desta quarta-feira foi do jeito que todos esperavam. Ilha do Retiro lotada, torcida empurrando o Sport e muita pressão por parte dos rubro-negros. Pressão esta que ocorreu com a "ajuda" de Luxemburgo. O técnico do Palmeiras mudou o esquema que vinha usando no Palmeiras, tirando um atacante (Williams) e colocando mais um volante (Souza). Entrou em campo com um 3-6-1, que deixou Keirrison isolado na frente, tendo, de vez em quando, a companhia de Diego Souza.
Nelsinho Batista, por sua vez, também inovou. Abandonou o seu tradicional 3-5-2 e pôs sua equipe no 4-4-2, com Igor fazendo as vezes lateral-direito e Luciano Henrique na meia, ao lado de Paulo Baier. No ataque, Ciro tomou o lugar de Vandinho. Essa configuração fez com que o Sport partisse pra cima desde o início. Os quatro homens de frente do Rubro-Negro movimentavam-se intensamente, confundindo a marcação palmeirense. O time paulista tentava explorar os contra-ataques, mas sem muito sucesso. Saiu do primeiro tempo no lucro, graças a Marcos, que fez duas grandes defesas, e Paulo Baier, que perdeu três gols sozinho.
Na segunda etapa, esperava-se que o Sport fosse com tudo pra cima, mas não foi bem o que aconteceu. Nelsinho tirou Paulo Baier e lançou Fumagalli, buscando melhorar a qualidade do passe no meio-campo, mas não era isso que o time precisava. Igor, zagueiro de origem, não atacava pela direita, o que facilitava a marcação do Palmeiras. Percebendo isso, o treinador rubro-negro sacou Andrade e pôs Moacir, normalmente titular da ala-direita, passando a jogar novamente no 3-5-2. Luxa, então, resolveu aumentar a velocidade de sua equipe para tentar encaixar algum contra-ataque. Tirou Keirrison, muito mal, e Diego Souza, e colocou Ortigoza e Williams, respectivamente.
Mesmo sem jogar bem, o Sport foi recompensado e Luxemburgo, castigado. Na única oportunidade do segundo tempo até ali, Luciano Henrique fez bela jogada e chutou cruzado. Wilson apareceu livre na área e empurrou pra dentro, abrindo o placar aos 36 minutos. No último minuto, Marcos ainda salvou o que seria o gol da classificação rubro-negra espalmando uma bomba de Ciro. Final de tempo normal e decisão nos penaltis.
Aí brilhou a estrela de Marcos e a maior experiência do Palmeiras na Libertadores. Mesmo com Mozart perdendo a primeira cobrança, o goleirão alviverde defendeu três cobranças e, mais uma vez, salvou a equipe. Na próxima fase, diante do Nacional, é bom que Luxemburgo tenha aprendido a lição e jogue para vencer, sob o risco de ser eliminado. Os uruguaios têm um bom time e são chatos de serem vencidos, principalmente quando atuam em casa.