terça-feira, 12 de maio de 2009

São Marcos salva retranca de Luxa

Numa partida em que ambos os técnicos foram mal, sobrou para Marcos comprovar a fama de santo e classificar o Palmeiras para as quartas-de-final da Libertadores. O camisa 12 foi um heroi no tempo normal - fazendo defesas espetaculares, na derrota por 1 a 0 - e um super-heroi nos penaltis, ao defender três cobranças. Agora, o Verdão encara o Nacional-URU.

A partida desta quarta-feira foi do jeito que todos esperavam. Ilha do Retiro lotada, torcida empurrando o Sport e muita pressão por parte dos rubro-negros. Pressão esta que ocorreu com a "ajuda" de Luxemburgo. O técnico do Palmeiras mudou o esquema que vinha usando no Palmeiras, tirando um atacante (Williams) e colocando mais um volante (Souza). Entrou em campo com um 3-6-1, que deixou Keirrison isolado na frente, tendo, de vez em quando, a companhia de Diego Souza.

Nelsinho Batista, por sua vez, também inovou. Abandonou o seu tradicional 3-5-2 e pôs sua equipe no 4-4-2, com Igor fazendo as vezes lateral-direito e Luciano Henrique na meia, ao lado de Paulo Baier. No ataque, Ciro tomou o lugar de Vandinho. Essa configuração fez com que o Sport partisse pra cima desde o início. Os quatro homens de frente do Rubro-Negro movimentavam-se intensamente, confundindo a marcação palmeirense. O time paulista tentava explorar os contra-ataques, mas sem muito sucesso. Saiu do primeiro tempo no lucro, graças a Marcos, que fez duas grandes defesas, e Paulo Baier, que perdeu três gols sozinho.

Na segunda etapa, esperava-se que o Sport fosse com tudo pra cima, mas não foi bem o que aconteceu. Nelsinho tirou Paulo Baier e lançou Fumagalli, buscando melhorar a qualidade do passe no meio-campo, mas não era isso que o time precisava. Igor, zagueiro de origem, não atacava pela direita, o que facilitava a marcação do Palmeiras. Percebendo isso, o treinador rubro-negro sacou Andrade e pôs Moacir, normalmente titular da ala-direita, passando a jogar novamente no 3-5-2. Luxa, então, resolveu aumentar a velocidade de sua equipe para tentar encaixar algum contra-ataque. Tirou Keirrison, muito mal, e Diego Souza, e colocou Ortigoza e Williams, respectivamente.

Mesmo sem jogar bem, o Sport foi recompensado e Luxemburgo, castigado. Na única oportunidade do segundo tempo até ali, Luciano Henrique fez bela jogada e chutou cruzado. Wilson apareceu livre na área e empurrou pra dentro, abrindo o placar aos 36 minutos. No último minuto, Marcos ainda salvou o que seria o gol da classificação rubro-negra espalmando uma bomba de Ciro. Final de tempo normal e decisão nos penaltis.

Aí brilhou a estrela de Marcos e a maior experiência do Palmeiras na Libertadores. Mesmo com Mozart perdendo a primeira cobrança, o goleirão alviverde defendeu três cobranças e, mais uma vez, salvou a equipe. Na próxima fase, diante do Nacional, é bom que Luxemburgo tenha aprendido a lição e jogue para vencer, sob o risco de ser eliminado. Os uruguaios têm um bom time e são chatos de serem vencidos, principalmente quando atuam em casa.

Por que, Conmebol?

Na noite desta segunda-feira, a Conmebol bateu o martelo e confirmou a eliminação das equipes mexicanas (Chivas e San Luis) da Libertadores e a consequente classificação automática de São Paulo e Nacional-URU para as quartas-de-final da competição. Antes de mais nada, os clubes brasileiro e uruguaio não têm culpa alguma na decisão, apesar de serem favorecidos. A questão é: seria essa a melhor decisão que a Conmebol poderia ter tomado? Na minha opinião, não. Vou além. Foi a pior "solução" que poderia ser dada para o caso.

Pra começar, mesmo sabendo da gravidade do problema, acho que os clubes poderiam ir ao México sim, afinal a Federação Mexicana de Futebol já liberou jogos do campeonato nacional. Mas como prevenir é melhor do que remediar, então até aceito a recusa dessa possibilidade. Agora, por que os times mexicanos não podem atuar em outro país? A Colômbia rejeitou receber os jogos, mas isso ocorreu porque a Conmebol marcou as partidas no país sem antes avisar às autoridades do mesmo. Assim, é claro que o pedido não seria aceito. Duvido que uma boa conversa não seria suficiente para que encontrassem uma solução nesse sentido.

Outra coisa. Como os times mexicanos estão fora, então por que não promover a entrada de outras equipes que haviam sido desclassificadas na primeira fase para ocuparem as vagas deixadas por Chivas e San Luis? Por que São Paulo e Nacional têm de avançar de fase sem jogar, ficando assim em clara vantagem em relação aos outros participantes? Essa, aliás, seria uma alternativa muito simples, já que temos uma série oitavas-de-final (Boca x Defensor) que não teve sequer seu jogo de ida disputado. Nesse caso, a Conmebol teria até duas soluções possíveis para escolher. Poderia incluir as equipes que ficaram na 17ª e na 18ª colocações ao final da fase de grupos (seriam Boyacá Chicó-COL e Deportivo Táchira-VEN, respectivamente) ou dar as vagas para os terceiros colocados dos grupos de Chivas e San Luis (ai, Everton-CHI e Universitario-PER seriam os contemplados).

Enfim, soluções melhores do que a encontrada pela Conmebol existem. Resta saber se existe inteligência (ou seria vontade?) dos dirigentes sul-americanos para saber contornar o problema de uma forma mais esportiva.