sábado, 17 de outubro de 2009

O Jason morreu

Serei breve. O Jason morreu. Sim. O tão aclamado São Paulo, tricampeão brasileiro, não vai chegar ao tetra. Há chances matemáticas, mas não há chances reais. Estou maluco? Não, apenas vi os últimos jogos tricolores e o que vi foi um time longe, mas muito longe daquele que domina o futebol por aqui há 3 anos. O apelido dado por parte da imprensa (ridículo, por sinal) felizmente deve ser abandonado, depois da derrota deste sábado para o Atlético-MG. Novamente os comandados de Ricardo Gomes jogaram mal, muito desorganizados e o placar final (1 a 0 para o Galo) foi justíssimo. Melhor para os mineiros que roubaram a vice-liderança do próprio São Paulo, chegaram aos 50 pontos e estão há 4 do Palmeiras, que joga neste domingo. De quebra, Diego Tardelli marcou mais um gol e voltou à artilharia do campeonato, com 15 gols, ao lado de Adriano.

Voltando ao São Paulo. Novamente nada deu certo. A zaga, apesar de ser a melhor do Brasileirão, com 31 gols sofridos, falhou e deixou Tardelli livre para abrir o placar logo a um minuto de jogo. O meio-campo errou muitos passes e pouco criou. Não que o São Paulo de antigamente criasse situações de gol em profusão, mas primava pela competência. Quando tinha oportunidade, marcava. E tinha nas bolas paradas uma grande arma. Nesse ano nada disso funciona. A equipe não cria, os jogadores mal conseguem dominar uma bola (Washington mais parece um paredão) e as bolas paradas parecem estar sempre enderaçadas às cabeças da zaga adversária. Assim, o Tricolor foi presa fácil para o Atlético, tirando uns 15, 20 minutos de um futebol razoável apresentado ainda na primeira etapa. O Galo, por sua vez, foi superior e quando foi ao ataque levou muito mais perigo.

Aliás, esse time atleticano é realmente muito bom. Parabéns à diretoria, que soube reforçar o elenco. Carini dá muita segurança no gol, Thiago Feltri e Carlos Alberto marcam e apoiam o tempo todo, Correa e Ricardinho dão qualidade ao meio-campo e no ataque, além de Tardelli, artilheiro, Éder Luis é muito rápido. Isso sem contar no pessoal do banco: Coelho, Wellington Saci, Welton Felipe, Renan, Evandro, Renteria, Alessandro... Já tinha escrito isso antes, mas vale mais uma lembrança. Até a metade do campeonato eu não acreditava que Celso Roth fosse conseguir manter a boa campanha, em função da escassez de bons jogadores. Agora isso mudou e o Atlético, no mínimo, vai para a Libertadores, o que já é uma ótima notícia para a fanática torcida alvinegra, pois nos últimos anos o Galo tinha se limitado a brigar para não cair. O título ainda é difícil, porque parece improvável tirá-lo do Palmeiras. Mas se o líder não vencer o Flamengo neste domingo, aí o sonho do bicampeonato brasileiro estará mais vivo e real do que nunca.

Foi a sexta vitória do Atlético fora de casa neste Brasileirão (se levarmos em conta o clássico do primeiro turno contra o Cruzeiro, quando o rival tinha o mando de campo), o time que mais venceu como visitante na competição, ao lado do Palmeiras e do Goiás.

Já o São Paulo, como escrevi, está em fase ruim, claro que para os padrões são paulinos. O time venceu apenas uma vez nas últimas 6 partidas (3 empates e 2 derrotas). Para piorar, perdeu uma invencibilidade de 32 jogos no Morumbi em Campeonatos Brasileiros - a última derrota tinha sido dia 15/05/2008, 1 a 0 para o Grêmio, na primeira rodada do Brasileirão do ano passado. Com 5 pontos de diferença para o líder e jogando desse jeito, o Jason, definitivamente, morreu.

- Além do São Paulo, outro time lá de cima que vive péssima fase é o Goiás. Após ser derrotado de virada por 2 a 1 pelo Avaí, o Esmeraldino completou 4 jogos sem vitória (3 derrotas e 1 empate) e estacionou nos 46 pontos, na 5ª posição. Neste domingo pode ser ultrapassado pelo Flamengo. Confesso que me decepcionei com o Goiás. Não que eu imaginasse que a equipe fosse brigar pelo título, mas até pouco tempo atrás era o time goiano que apresentava o futebol mais bonito do Brasil. Coincidentemente essa queda de produção tem a ver com a estreia de Fernandão. Vejam bem, não estou dizendo que a culpa é dele, mesmo porque trata-se de um excelente jogador e na época de sua contratação eu o elogiei bastante. Mas não podemos negar os números. Fernandão estreou na 21ª rodada. Desde então foram 10 partidas, com 3 vitórias, 2 empates e 5 derrotas ou 36,6% de aproveitamento. O atacante, porém, entrou em campo em 8 dessas partidas e o aproveitamento é um pouco melhor, 41,6%. Mas se compararmos com o desempenho antes da estreia de Fernandão, a diferença é gritante: 58% de aproveitamento. Apenas um gol marcado e um cartão vermelho, muito pouco para o investimento que foi feito. Esse é o típico caso do time que está ganhando e não se deve mexer. Outro dado interessante e que deve ser levado em conta é a ausência do jovem, mas competente e titular zagueiro Rafael Tolói, vice-campeão mundial sub-20 no Egito. A última partida dele antes de se apresentar à Seleção Brasileira foi justamente na vitória sobre o Santos, estreia de Fernandão. Até esse jogo, o Goiás tinha levado 29 gols em 21 rodadas, uma média (alta) de 1,38 gol por jogo. No entanto, depois da saída de Rafael essa média aumentou bastante e ficou ainda pior: 20 gols em 9 jogos ou 2,2 gols sofridos por jogo. Óbvio que o zagueiro não é o único motivo para que o desempenho defensivo tenha caído tanto, até porque ele não jogou todas essas 21 partidas, mas com certeza sua presença dá mais segurança ao time.

Já o Avaí voltou há ganhar depois de 4 jogos e, como tinha empatado os últimos 3, agora está há 4 sem perder. Curioso como o mundo muda rápido não é? Silas faz excelente trabalho e o time catarinense, além de não cair (objetivo inicial), deve conseguir uma importante vaga na Sul-Americana. Ótimo.

- Barueri e Santos fazem parte do grupo de times que não brigam por mais nada. Por isso o 0 a 0 caiu perfeito para resumir a situação dos dois. Sem graça.

GAROTADA É VICE NO EGITO

Olá blogueiros. E a seleção brasileira perdeu o título da Copa do Mundo Sub-20 para Gana, nos pênaltis (4x3). A garotada, que havia mostrado um bom poder de fogo durante toda a competição, marcando 14 gols, não concluiu a gol na final desta sexta-feira. Esse foi o principal defeito da equipe comandada pelo técnico Rogério Lourenço. O Brasil dominou todas as ações durante o jogo, principalmente a partir dos 36 minutos do primeiro tempo, quando os africanos ficaram com dez em campo depois da expulsão de Addo.

Mesmo com um a mais, os brasileiros não abriram o placar. Não sei o que se passou na cabeça dos nossos homens de frente. Era rotina ver o Brasil chegando com vantagem no ataque e querendo tocar a bola até a pequena área. Com isso os africanos foram se segurando e realizando seu objetivo: levar a decisão para os pênaltis. E assim a seleção de Gana venceu o Mundial do Egito.

Ficou muito claro que na cabeça dos nossos jogadores decidir nos pênaltis era uma derrota, os meninos estavam derrotados na fisionomia. Assistindo a decisão do meu sofá, eu já previa o pior só de ver a cara do Souza, do Maicon e do Alex Teixeira. Não estou falando que eles amarelaram, mas faltou personalidade. Para Gana ficou o gostinho de vingança. Os africanos haviam perdido para nós na final do Mundial de 93. Gana, que está mais uma vez classificada para Copa, terá bons jogadores para incorporar ao grupo adulto. Exemplos do capitão Ayew (filho do ídolo nacional Abedi Pelé) e do atacante Adiyiah, artilheiro e craque do mundial. Olho neles!

Do nosso lado, também temos alguns destaques. O goleiro Rafael (Cruzeiro) é um ótimo jogador. O camisa 1 da seleção está quase pronto. Tem bons reflexos, boa técnica e muita personalidade. Na defesa, a menos vazada do mundial (3 gols sofridos), Rafael Tolói (Goiás) tem muito futuro. O zagueirão tem ótima estatura, é rápido e tem boa técnica. O lateral-esquerdo Diogo (São Paulo) também foi um destaque no mundial. O jogador foi uma grande opção ofensiva pelo lado esquerdo durante toda a competição. No meio-campo, o volante Souza (Vasco), mesmo perdendo um pênalti na decisão, se destacou bastante, com bons lançamentos e ótima saída de bola.

Outro destaque do meio-campo foi o capitão Giuliano (Internacional). Para mim o grande destaque da seleção. O camisa 10 está completo e pronto para ajudar o Internacional nos desafios futuros e para jogar no futebol europeu. Giuliano é forte, habilidoso e tem ótima visão de jogo, um clássico meia-armador. E para encerrar, Alex Teixeira (Vasco). O atacante foi o Bola de Prata do Mundial. Com muita habilidade e velocidade, o camisa 7 da Seleção Brasileira promoveu momentos de pura arte nos gramados do Egito. Para ficar completo, Alex tem que melhorar suas conclusões de dentro e fora dá área.

É isso aí blogueiros! Vamos esperar para ver se essas promessas vão estar brilhando no Mundial de 2014 no Brasil.