sábado, 20 de junho de 2009

EXCLUSIVO: LULA FERREIRA, TÉCNICO DO BRASÍLIA/UNIVERSO



Olá blogueiros, o Blog Passando a Bola continua acompanhado os preparativos para o quarto jogo da série melhor de cinco das finais do Novo Basquete Brasil (NBB), que ocorre neste domingo ao meio-dia no estádio Nilson Nelson em Brasília. Depois de bater um papo com o técnico do Flamengo, Paulo Chupeta, conversamos hoje com o técnico Lula Ferreira do Brasília. Venha conferir mais uma entrevista exclusiva do Passando a Bola.


PASSANDO A BOLA: Em um confronto tão equilibrado, o que pode fazer a diferença?

LULA FERREIRA: Quem conseguir um plus vai ganhar, mas é uma tarefa difícil. A gente vai tentar fazer a diferença na defesa, tem que marcar bem os três melhores do time do Flamengo (Marcelinho, Duda e Baby). Assim a gente consegue uma vitoria.

PB: No jogo três jogadores experientes como Alex e Ratto não se encontraram em quadra. O que aconteceu? A pressão da torcida do Flamengo interferiu?

LF: Meus jogadores não perderam o controle, o árbitro perdeu o controle. O Alex apanhou e levou uma técnica com dois minutos de jogo. A TV mostra uma cotovelada na cara dele, ele reclamou e levou uma técnica. Como capitão da equipe ele não pode falar com o árbitro? Ele não se descontrolou.

PB: Você acredita que o fato da torcida do Flamengo comparecer em massa também em Brasília é uma desvantagem no quesito pressão?

LF: Não tem problema nenhum. A torcida não ganha jogo, se ganhasse o Flamengo não perderia um jogo no futebol.

PB: A defesa do Brasília é um ponto muito forte da equipe. O título vem por esse fundamento?

LF: Sem dúvida é nosso ponto forte. Quando você marca bem, você alivia o ataque e mantém uma pontuação baixa da equipe adversária. Se a gente conseguir que o Flamengo não passe de 70 pontos, será um belo passo para a vitória.

PB: Você roda muito a equipe do Brasília, utilizando muitos jogadores do banco. Já o seu adversário não roda tanto o time do Flamengo. Isso pode fazer diferença?

LF: Eu acho que é um fator positivo. Nosso banco fez 45% dos pontos no terceiro jogo, contra 23% dos pontos do banco do Flamengo. Para ganhar você tem que ter pelo menos oitos jogadores jogando e não cinco.

PB: Qual setor ou jogador pode ser a chave da vitória neste domingo?

LF: Acho difícil um jogador decidir a série. Um fator isolado não ganha, por mais que o Alex e o Marcelinho joguem muito, não dá para vencer. Minha chave para a vitória é a equipe.

PB: No caso de uma derrota, você acredita em debandada dos principais jogadores ou até em uma reavaliação do projeto por parte da diretoria?

LF: A diretoria é quem vai decidir. Ninguém está preocupado com quem sai ou quem entra. Não acredito que um segundo vice-campeonato destrua essa nossa estrutura. Nós vencemos a Liga das Américas e chegamos em todas as competições.

Sai Muricy, entra Ricardo Gomes

A terceira eliminação seguida de Muricy Ramalho a frente do São Paulo na Libertadores foi o último ato do treinador no comando do Tricolor. Na noite desta sexta-feira foi oficializada a saída de Muricy, demitido pela diretoria do clube paulista. Apesar do tricampeonato brasileiro, que deu ao São Paulo a soberania nacional, os dirigentes nunca esconderam que o grande objetivo sempre foi a competição sul-americana. E nisso, Muricy falhou.

Ano passado, após a derrota para o Fluminense nas quartas de final da Libertadores, a demissão de Muricy Ramalho já havia sido cogitada. Mas o bom relacionamento dele com o elenco e a confiança de que aquilo tinha sido apenas um acidente de percurso fizeram com que o treinador fosse mantido. Escolha certa, já que no final do ano ele conquistou novamente o Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, depois de três anos e meio, era natural que a relação técnico/clube ficasse desgastada. Como em 2009 o São Paulo ainda não convenceu e decepcionou nas duas competições que disputou, a mudança no comando tornou-se inevitável.

Acho que é uma boa para todos. O clube tenta recomeçar, botar ordem na casa, de olho, mais uma vez, no Brasileirão. E Muricy, mesmo com a eliminação, sai por cima, com muito espaço no mercado. Podem ter certeza de que o celular dele deve estar tocando sem parar desde ontem. Além do mais, sua relação com o elenco já não era a mesma, pelo que se ouviu em sua entrevista à Rádio Jovem Pan, da capital paulista. Muricy falou em falta de humildade e comprometimento de alguns jogadores. Ou seja, era a hora de sair.

Com a demissão, duas questões foram imediatamente levantadas. Para onde vai Muricy e quem, assumirá o São Paulo. O treinador disse que pretende dar uma descansada, mas do jeito que ele é (obssecado pelo trabalho), não duvido que em breve já esteja assumindo uma nova equipe, aqui no Brasil ou até no exterior. A segunda questão foi respondida na manhã deste sábado.

O São Paulo já oficializou a contratação de Ricardo Gomes, que deve assumir já na segunda-feira. O treinador já teve passagens por diversos clubes brasileiros, como Flamengo, Fluminense, Sport e Guarani. Não se destacou. Fracassou no comando da Seleção Brasileira Sub-23, quando não conseguiu classificar a equipe que tinha Diego e Robinho para a Olimpíada de Atenas, em 2004. Nos últimos dois anos treinou o Monaco, da França, pelo qual não foi bem na temporada 2008/2009, terminando na 11ª colocação.

Não é um nome que me agrada, mas o São Paulo não tem muitas opções no mercado. Veremos no que vai dar. No clássico deste domingo diante do Corinthians o auxiliar Milton Cruz comandará a equipe.

Fim de uma era e início de outra, será?

Chegou ao fim a era Muricy Ramalho (foto) no São Paulo. Depois de três anos e meio e três títulos brasileiros, o comandante foi demitido nesta sexta-feira, um dia após ser eliminado da Libertadores pelo Cruzeiro. As eliminações no Campeonato Paulista e na Libertadores desgastaram o relacionamento do técnico com os dirigentes e com o grupo de jogadores. A solução da diretoria foi rápida: Ricardo Gomes foi anunciado pelo presidente Juvenal Juvêncio na manhã deste sábado, menos de 24 horas depois da demissão de Muricy. Será que a escolha do ex-zagueiro da Seleção foi acertada?

Ricardo Gomes tem uma carreira consolidada na Europa, principalmente na França, onde começou em 96, dirigindo o PSG. Além do time da capital, o brasileiro trabalhou no Bordeaux e no Mônaco, este último até o fim desta temporada. No Brasil, Ricardo Gomes passou pelo Sport, Guarani, Juventude e Coritiba. Depois de realizar bons trabalhos no Juventude e no Coritiba ele foi convidado para comandar o projeto Olímpico da Seleção. Assumiu em 2002 na preparação para o Pré-Olímpico, mas fracassou e não levou a Seleção Brasileira para os jogos Olímpicos de Atenas/2004. Ricardo ficou marcado por não ter controlado os jovens da Seleção (Robinho, Diego e Cia.). Ainda comandou a dupla Fla-Flu, sem muito brilho, é verdade.

Na minha opinião Ricardo Gomes (foto) ainda tem que provar o seu valor em terras brasileiras. Na França ele trabalhou em grandes equipes e fez até um bom trabalho. Seu melhor momento foi na temporada 2005/06, quando foi vice-campeão francês pelo Bordeaux. No Brasil fez bons trabalhos em equipes medianas, mas quando recebeu a oportunidade de trabalhar em uma grande equipe (Fla/Flu) não correspondeu.

O São Paulo pode ser um ótimo lugar para essa confirmação. Com estrutura e uma seriedade acima da média dos clubes brasileiros, o Tricolor Paulista pode ser um ponto de partida. Mas como nem tudo são flores, o técnico recebe um elenco cheio de problemas. Muricy Ramalho, em entrevista após se despedir do clube, afirmou que falta humildade ao elenco, apontou focos de vaidade entre os jogadores e concluiu que esse grupo do São Paulo não deu liga. Pois bem, Ricardo Gomes terá que avaliar muito bem esse plantel, cortar alguns jogadores e contratar outros de sua confiança. Enfim, montar na medida do possível um novo elenco para a disputa da Série A do Brasileirão. Eu vou esperar para ver...