domingo, 15 de agosto de 2010

Flamengo tem que jogar com um atacante

O problema do ataque do Flamengo é público e notório. A imprensa e os torcedores só falam nisso, os jogadores estão quase sempre respondendo perguntas sobre isso e os números contribuem para este questionamento: são 13 gols em 14 partidas, o segundo pior ataque do Brasileirão, ao lado do Goiás. Após a Copa do Mundo, a média é ainda menor. Foram 4 gols em 7 jogos.

A qualidade dos atacantes rubro-negros é questionável, mas o time também não vem contribuindo. Pouquíssimas chances de gol são criadas e a bola raramente chega nos homens de frente. Jogadas coletivas são escassas. O Flamengo de Rogério depende da individualidade de alguns jogadores. Costumava ser o Pet, mas o gringo não está bem. Nos últimos jogos, quem tem assumido a responsabilidade é Williams, e aí se percebe que existe alguma coisa errada. Não que o volante seja um mau jogador, pelo contrário. Além de desarmar com eficiência, o camisa 8 sabe o que fazer com a bola nos pés e é ótima opção pelo lado direito desde o ano passado. Mas o papel de organizar as jogadas rubro-negras não pode ser dele. Ou pelo menos não só dele.

O Flamengo, hoje, atua num 4-4-2, com um losango no meio-campo. Correa é o primeiro volante, com Renato aberto na esquerda, Williams na direita e Pet centralizado, próximo da dupla de ataque. Mas, como já escrevi, o gringo não está nada bem. Tem errado muitos passes e por vezes demonstra certa lentidão, não fazendo o papel que dele se espera, a aproximação com os atacantes. Portanto seria necessário ter mais gente no meio para fazer essa ligação. Somando a isto o fato também comentado de que o elenco carece de bons nomes de ataque, escalaria o Flamengo num 4-2-3-1.

É o esquema da moda, usado por várias seleções europeias, inclusive Espanha e Holanda, finalistas da Copa, e recentemente adotado por Mano Menezes na Seleção. No caso rubro-negro, a linha defensiva não seria modificada. Marcelo Lomba no gol, com Léo Moura e Juan nas laterais, e Jean e Angelim na zaga. Os dois volantes seriam Maldonado, que em breve estará disponível, e Correa. Ambos têm bom passe e ótimo senso de marcação. Os 3 meias seriam os citados no parágrafo acima. Williams pela direita e Renato na esquerda, aparecendo bastante no ataque, por vezes com o auxílio de Léo Moura e Juan, mas com obrigações defensivas, de marcar a saída de bola e os laterais adversários. Pet ficaria centralizado, bem próximo a área, sem a obrigação de voltar para marcar. Na frente, Val Baiano ou Leandro Amaral, quem estiver em melhor forma.

Com essa formação, o Flamengo ganha mais criatividade e presença no meio-campo, além de força ofensiva, sem perder na marcação, atualmente o ponto forte da equipe.