sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dever de casa rumo à Série A

Mesmo com alguns importantes desfalques o Vasco fez o que dele se esperava e derrotou o fraco time do Paraná, em São Januário, por 2 a 1, em partida válida pela 23ª rodada do Brasileirão da Série B. Élton fez seu décimo primeiro gol no campeonato, vice-artilheiro, e Robinho, 46 dias depois, voltou a ser titular e também deixou o seu. Wellington Silva descontou para o Tricolor paranaense. Com a vitória, o Gigante da Colina se isolou na liderança da Segundonda, com 46 pontos, três a mais do que o Guarani, vice-líder. O Vasco também se beneficiou da derrota do Atlético-GO para a Ponte Preta por 3 a 1 (veja mais abaixo).

Na primeira etapa o Paraná foi mais perigoso e só não chegou ao gol porque Fernando Prass é um ótimo goleiro e porque a trave não colaborou com os paranistas. Como no futebol os clichês viram sempre realidade, quem não faz leva e foi exatamente isso que aconteceu. Um minuto depois de Marcio Goiano carimbar a trave de Prass, Ramon arrancou pela esquerda e foi derrubado na área. Penalti que Élton bateu bem para fazer 1 a 0.

Depois do intervalo o panorama não mudou e o Paraná igualou o placar logo aos 5 minutos, com Wellington Silva num gol bonito, mas meio esquisito. Acho que o Fernando Prass marcou uma certa bobeira, porém não chegou a ser uma falha. E parece que era isso que o Vasco tava precisando para acordar, porque depois de sofrer o gol o time melhorou. Philipe Coutinho entrou na partida e mostrou sua qualidade ao limpar um marcador e deixar Robinho livre para botar a equipe carioca de novo em vantagem.

Um pouco depois, no entanto, o menino mostrou imaturidade e mesmo com o cartão amarelo, parou contra-ataque do Paraná puxando o adversário. Resultado, foi expulso. Apesar de ter ficado com um jogador a menos, o Vasco não foi mais ameaçado e poderia ter até ampliado o marcador, não fosse o goleiro Zé Carlos.

O objetivo vascaíno está cada vez mais próximo. Matemáticos dizem que com 65 pontos se garante uma vaga na Série A, mas dando uma olhada nos anos anteriores, pode ser que com menos pontos já dê. A Série B passou a ser disputada por pontos corridos em 2006 e naquele ano o América-RN foi o último a subir , com 61 pontos. No ano seguinte, o Vitória somou 59 pontos e subiu como quarto colocado. Em 2008 o Barueri fez 63 e se garantiu na Primeira Divisão deste ano. Seja como for, a confirmação da volta à elite do Vasco é apenas questão de tempo e não há o menor risco de dar errado. O que é ótimo para o futebol brasileiro, pois o Cruzmaltino faz muito falta na Série A.

- O Atlético-GO perdeu o jogo para a Ponte Preta por 3 a 1, no Moisés Lucarelli, e também a chance de terminar a rodada na vice-liderança. Pior. O Dragão pode ser ultrapassado pelo Ceará neste sábado caso o Vovô derrote o Figueirense no Orlando Scarpelli. A equipe goiana completou seu terceiro jogo sem vitória e, apesar da terceira colocação, com 41 pontos, tem que abrir o olho para não deixar os adversários que estão abaixo chegarem. Mesmo assim confio que o Atlético não corra riscos pois Mauro Fernandes montou um bom time e a má fase vai passar. Já a Ponte, que não ganhava há 3 jogos, subiu para a sexta posição (pelo menos até este sábado), com 35 pontos e segue sonhando com a elite em 2010.

- O Campinense, que há algumas rodadas parecia fadado ao rebaixamento e à lanterna, parece ter despertado no campeonato e com os 5 a 1 diante do Ipatinga, nesta sexta-feira, chegou aos 23 pontos, na 18ª colocação, a apenas 3 pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, que é o Vila Nova. Com toda a sinceridade, torço para que o clube paraibano permaneça, pois sua torcida é apaixonada e sempre bota bons públicos no estádio Amigão.

Não me venha com pose de santo!

Nelsinho Piquet provavelmente encerra a sua carreira na Fórmula 1 de forma melancólica, protagonizando o maior escândalo da história da categoria. Ao entregar Briatore e assumir que bateu de forma proposital no GP de Cingapura em 2008, Nelsinho não diminui em nada a sua culpa no ocorrido, como parece que a FIA está encarando o fato, "premiando" o piloto por colaborar com as investigações.

Em sua confissão, o brasileiro garante que apenas aceitou participar da armação, que daria a vitória da corrida ao seu companheiro Fernando Alonso, pois temia que seu contrato com a escuderia francesa não fosse renovado e se sentia pressionado por Briatore. Aqui entre nós, esse Piquet está de brincadeira, né?

Nelsinho mudou o resultado de uma corrida, talvez até mesmo de um campeonato. Mexeu com o destino de todos os pilotos da categoria, sem contar as equipes, seus integrantes e os muitos patrocinadores que depositam milhões de dólares nelas todos os anos. Utilizar o argumento de "fragilidade emocional", "estresse intenso" e "inexistência de um contrato" não diminui em nada sua participação na trama, e o fez sabendo das consequências e, assumidamente, pensando em tirar proveito da situação, melhorando sua relação com os chefes da equipe.

Iniciei este texto citando o provável fim da participação do piloto na Fórmula 1 e explico. Desde que chegou à categoria, Nelsinho nunca conseguiu nenhum resultado expressivo que confirmasse as expectativas nele depositadas. Portanto, não será pelos pontos conquistados que terá uma fila de equipes atrás dele. Também não será pela postura profissional e personalidade forte (esse passou longe). Por fim, por ter entregue o próprio chefe na primeira oportunidade que teve, não deve mais ser muito bem visto em uma categoria em que todo mundo tem algum rabo preso com alguém.

Isso sem contar que por aqui o filho do tricampeão nunca foi muito querido, principalmente pela falta de carisma. Pra piorar ainda mais a situação, ganhou de brinde uma suposição de Briatore de que o brasileiro mantinha uma relação com um homem mais velho na Inglaterra. Essa eu prefiro nem comentar, não me interessa em nada as preferencias sexuais de Nelsinho e tampouco acredito nas declarações do chefe da Renault, mas que isso suja demais a imagem ninguém pode negar.