quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Vai começar o Alemão. Confira um bate-papo com o volante Cícero, do Hertha Berlin.

O Campeonato Alemão começa nesta sexta-feira e para começar a aquecer nossos trabalhos aqui no Passando a Bola para o início da temporada europeia, conversei com o Cícero, ex-jogador do Fluminense e que hoje defende as cores do Hertha Berlin, para uma matéria para o GLOBOESPORTE.COM e transcrevo aqui para vocês. Cícero não esconde que o Hertha Berlin sabe das suas limitações e que tem poucas chances de brigar pelo título como no ano passado, quando chegou a liderar o campeonato até a 25ª rodada.

O time estreia neste sábado, em casa, contra o fraco Hannover e a grande pretensão do clube é uma vaga na Liga dos Campeões, que o time deixou escapar nas últimas rodadas na temporada passada. Cícero comentou sobre as princincipais forças do campeonato e lembrou que o Wolfsburg, com os artilheiros Grafite e Dzeko, entra novamente com boas chances. Confira.

Na temporada passada vocês chegaram a liderar o Alemão mas acabaram na quarta posição, fora da Liga dos Campeões. O que aconteceu com o time?

Foi um campeonato dentro das proporções do clube. A gente visava o título, mas entrou com objetivo de Uefa. Mas queríamos ter conquistado pelo menos a Liga dos Campeões. O Alemão é muito forte mas vacilamos em três jogos e encostaram. Mas acho que pela temporada do clube ficou de bom tamanho.

Qual o objetivo do time para a próxima temporada? Acha que consegue melhorar em relação a esse ano?

A gente sabe que é complicado porque é muito nivelado, mas nada é impossível. A gente perdeu alguns jogadores e não repôs ainda. Mas a gente tem que começar o campeonato e tentar as vitórias e quem sabe chega mais alguns reforços.

Apesar da quarta posição, o Hertha teve apenas o 10º melhor ataque da competição. O que mudou para esse ano? Acha que o ataque vai melhor?

Se não me engano, a gente tinha a melhor defesa do Alemão (terminaram como a terceira melhor), mas perdemos um grande zagueiro para o Hoffenheim e dois atacantes que foram embora também. São jogadores importantes, mas é o futebol, uma hora eles saem para procurar novos ares e os que ficam tem que tentar algo a mais. Mas se esta aqui no Hertha tem condições de jogar. Temos que entrar focado no objetivo e pensar positivo

Você aponta algum time que começa a temporada como favorito?

Esse ano que estou aqui percebi que um favorito é complicado. Pela tradição o Bayern. O Wolfsburg depois do título vai ser muito forte. Tem o Hamburgo, o Shalke, o Werder, é muito complicado apontar um só nessa competição. Tem sempre sete ou oito times.

O Wolfsburg, que venceu seu primeiro título na história, tem chances de voltar a brigar já que manteve a dupla de atacantes artilheiros Grafite e Dzeko?

Tem tudo para repetir. O Grafite vem numa fase boa, é um grande atacante e não foi à toa escolhido o melhor jogador do campeonato. Mantiveram a base, então isso já e um fato importante. E com outros que chegam fica melhor ainda. Eles estão na Liga dos Campeões então vai vir mais gente. Tem jogadores que mudam com um novo técnico, mas só vai ver com o tempo.

O Herta Berlim não é campeão desde 1930, quando foi bicampeão antes mesmo da criação da Bundesliga. Há algum tipo de pressão da torcida sobre o time da capital para voltar a vencer?

O que percebo aqui e que não há pressão, não. Eles sabem das limitações do clube. Mas é lógico que com a temporada passada e se acontecer alguma coisa boa eles vão ficar empolgados.

Rapidinhas de quarta: Avaí e São Paulo também arrancam

Além do Goiás, outro clube que está numa arrancada incrível é o Avaí. A equipe catarinense completou o sétimo jogo invicto (6 vitórias e 1 empate) ao derrotar o Santo André, em casa, por 1 a 0. O time de Silas não perde desde 11 de julho e, com esta sequência, saiu da lanterna para a 6ª posição, com 26 pontos. Para quem há bem pouco tempo atrás brigava apenas para não cair, o Avaí vai, aos poucos, podendo sonhar com algo mais. Já os paulistas não vencem há 6 partidas e estão em franca decadência, na 15ª colocação, com 18 pontos. É sério candidato ao descenso.

- Foi a rodada da consolidação das arrancadas. O São Paulo derrotou o Botafogo, de virada, por 3 a 1, e chegou ao sexto jogo de invencibilidade (5 vitórias e 1 empate). O triunfo de ontem foi o quarto seguido e colocou o Tricolor na quinta colocação, com 27 pontos, mesma pontuação do Inter, o quarto, mas o Colorado tem duas partidas a menos. Mesmo assim já dá para afirmar que o Tricampeão está de volta no páreo e nunca deve ser desprezado. Dagoberto mostrou que a fase é excelente, marcando pela quarta vez nas últimas 3 partidas, Richarlyson e Hernanes voltaram a jogar bem no meio-campo e a zaga está tinindo novamente. Como diz a torcida são paulina, "O Campeão voltou!". Para desespero dos adversários. O Alvinegro, por sua vez, perdeu após 7 jogos, mas, como nesta sequência invicta empatou mais do que ganhou (4 empates e 3 vitórias), segue na parte de baixo da tabela, com 19 pontos, na 13ª posição. E Ney Franco já disse que a briga, por enquanto, é contra o rebaixamento.

- O destempero é a marca do bom time do Cruzeiro neste campeonato. Na derrota diante do Atlético-PR (2 a 0, no Mineirão), o time celeste teve mais dois jogadores expulsos: Bernardo, no primeiro tempo, e Kléber, no segundo. Com isso, a equipe de Adilson Batista já soma 11 cartões vermelhos em apenas 16 jogos no Brasileirão. Destes 11, 7 foram na primeira etapa. E mais, nas 9 partidas que fez em casa no campeonato, em 7 teve algum jogador expulso. Assim fica difícil subir na tabela. O time é apenas o 16º, com 17 pontos. Adílson, aliás, começa a balançar. Será que o Cruzeiro sofre da mesma síndrome de vice da Libertadores que o Fluminense do ano passado? O Atlético-PR, na estreia de Antônio Lopes, venceu a segunda seguida e deixou a zona de rebaixamento. Mas, para mim, vai brigar mesmo é para não cair. O Furacão não tem um bom time.

- O maior rival do Atlético-PR também não tem um bom time. Com a derrota em casa para o Santos (0 a 1), o Coritiba completou 6 jogos sem vencer e está de volta a zona do rebaixamento. Que fase do futebol paranaense!

- Ufa! O Náutico voltou a vencer depois de 13 jogos e se distanciou da lanterna da competição. O Timbu bateu o combalido Corinthians por 1 a 0, gol de Gilmar, novo artilheiro do campeonato, ao lado de Adriano, Diego Tardelli e Val Baiano, com 9 gols. O jogo foi sofrido, mas a vitória dá um gás ao Alvirrubro, 18º, com 15 pontos. Mesmo assim não sei se será o suficiente para livrar os pernambucanos do descenso. O Timão completou seu quarto jogo sem vitória e o desmanche promovido pela diretoria, aliado a contusão de Ronaldo, enfraqueceu demais a equipe. Mano precisa de reforços, mas o pensamento corintiano deve estar mesmo é em 2010, já que o clube já tem vaga assegurada na Libertadores no ano de seu centenário.

- Fluminense e Sport, no Maracanã, é um autêntico Jogo dos Desesperados! Quem perder se afunda ainda mais na lanterna.

Goiás vence, quebra recorde e assume vice-liderança

Bem que eu havia chamado a atenção para este jogo no programa de segunda. Tinha tudo para ser um partidasso. E foi! Goiás e Flamengo fizeram um dos melhores jogos do Brasileirão no Serra Dourada. Melhor para o Esmeraldino, que, com a vitória por 3 a 2, chegou ao sexto triunfo consecutivo, um recorde neste campeonato, e, de quebra, é o novo vice-líder, com 32 pontos. O gol que sacramentou o placar foi marcado por Iarley, aos 45 do segundo tempo, a exemplo do que ocorreu na partida entre os dois clubes no ano passado. Já o Rubro-Negro sofreu sua primeira derrota sob o comando de Andrade e está na 10ª posição, podendo ser ultrapassado pelo Barueri logo mais.

O primeiro tempo foi praticamente todo do Goiás. Apesar do estádio estar dividido entre as torcidas (para desespero de Helio dos Anjos), o time da casa tratou de partir para cima desde o ínicio, diante de um Flamengo completamente desorganizado. Denis Marques fez sua estreia, mas, visivelmente fora de ritmo, foi presa fácil para a marcação adversária. Com o meio-campo rubro-negro errando muitos passes, o Esmeraldino foi chegando, chegando e abriu o placar numa cabeçada de Amaral, logo aos 12 minutos. Adriano ainda fez Harlei trabalhar, antes de Léo Lima empurrar claramente Willians na área e chutar para fazer o segundo. Héber Roberto Lopes não marcou e os rubro-negros reclamaram bastante. A partir daí o Flamengo foi atrás do prejuízo, mas sem assustar muito. Apenas uma boa chance foi criada, mas Harlei fez excelente defesa nos pés de Denis Marques. Nos contra-ataques o Goiás também levava perigo, mas o primeiro tempo terminou assim.

No intervalo Andrade viu que tinha que mudar. Colocou Petkovic no lugar de Kleberson para tentar dar mais criatividade ao meio e o jovem Bruno Paulo entrou na vaga de Denis Marques. E as mudanças surtiram efeito quase que imediato. Aos 2 minutos Adriano foi agarrado na área e o juiz marcou penalti. O Imperador bateu e fez seu nono gol no Brasileiro, artilheiro junto com Diego Tardelli, Val Baiano e Gilmar, do Náutico. O gol fez o Rubro-Negro partir pra cima e o Goiás recuou. De tanto pressionar, o Flamengo empatou aos 33, num belo gol de Petkovic, o primeiro em sua volta. Ele driblou um marcador, ajeitou pra perna direita e, da entrada da área, colocou com perfeição, sem chances para Harlei. Pet, aliás, entrou muito bem novamente. Mostra que é útil sim, diferentemente do que muitos pensavam. Mas, quando todos esperavam que a partida terminaria em 2 a 2, Iarley tabelou com Léo Lima e soltou uma bomba: 3 a 2, placar final.

Destaque para Léo Lima, que participou diretamente dos três gols, Iarley, sempre perigoso, e os alas Julio César e Douglas, que vão muito ao ataque. Esse time do Goiás, com a chegada de Fernandão e as voltas dos lesionados Felipe e Vitor, vai ficar muito forte e já entra no grupo dos candidatos ao título. Olho neles!

Já o Flamengo tem outra pedreira domingo: o Corinthians, no Maracanã. Nos últimos 7 jogos o time saiu atrás no placar, a defesa precisa melhorar bastante. De positivo o fato de a equipe ter mostrado poder de reação. Mas muita coisa precisa ser melhorada se o Rubro-Negro pretende brigar por algo mais do que uma vaga na Sul-Americana.