domingo, 30 de agosto de 2009

Rapidinhas de Domingo - Galo paraguaio

Não gosto da expressão que utilizei no título, mas não achei algo que definisse melhor o momento do Atlético-MG. O Galo liderou o campeonato por 8 rodadas (a última vez na 14ª rodada) e desde então só fez cair. Neste domingo empatou com o vice-lanterna Sport, no Mineirão, e só não perdeu porque os atacantes rubro-negros foram muito incompetentes. O 1 a 1 elevou a série sem vencer atleticana para 5 partidas no Brasileirão e deixou a equipe de Celso Roth estacionada na 5ª posição, com 34 pontos. Tem um jogo a menos, é verdade, mas é uma pedreira, quarta contra o Inter, no Beira-Rio. O time que chegou a abrir vantagem na liderança, agora está a apenas 2 pontos do Santos, décimo colocado. O que será que houve com o Galo?

Uns vão dizer que é a síndrome de Roth, que costuma começar muito bem os campeonatos e perder bastante fôlego no decorrer deles. Eu não concordo. O treinador tem é que ser elogiado pelo trabalho que fez (e vem fazendo) no comando da equipe. Basta lembrar que ele assumiu logo após a derrota histórica para o Cruzeiro na final do estadual e depois do Atlético levar 3 a o do Vitória pela Copa do Brasil. Pegou um elenco limitado e arrasado psicologicamente, botou ordem na casa, achou um esquema, arrumou o time, mas, como eu costumo dizer, não é santo para fazer milagres. Roth faz o que pode e esses jogadores do Galo não podem mais do que isso. Libertadores é difícil, a realidade atleticana aponta para a Sul-Americana.

O Sport segue mal, muito mal, mas pelo menos não foi derrotado. Mesmo assim a situação do Leão (19º, com apenas 17 pontos) está muito complicada e somente um milagre livrará a equipe da Série B ano que vem. E Péricles Chamusca também não é santo, portanto...

- O Fluminense está ainda pior do que o Sport. O Tricolor até que não jogou mal diante do Santos, mas acabou mais uma vez derrotado, por 2 a 0. A situação da equipe é extremamente desesperadora, na última posição, com 16 pontos. É, simplesmente, a segunda pior campanha da história dos pontos corridos, melhor apenas do que o América-RN de 2007. O Flu é o pior em quase tudo no Brasileirão e, segundo o site Infobola, tem 93% de chances de ser rebaixado. Matemáticos dizem ser preciso atingir 45 pontos para escapar. Neste caso resta ao time carioca conquistar 29 pontos nos 16 jogos que tem por fazer, ou seja, ter um aproveitamento de 60,4%. Para se ter uma ideia, somente o Palmeiras tem tal desempenho no campeonato (62%). Mesmo com os reforços que chegaram, não acredito que o Fluminense vá sair dessa, por maior e mais tradicional que seja o clube. Uma pena para o futebol do Rio de Janeiro.

O Santos, cheio de garotos, vai melhorando. Está na 10ª posição, mas tem apenas 5 pontos a menos do que o São Paulo, 4ª colocado. E como joga Paulo Henrique Ganso! A cada jogo me impressiono mais com a classe desse menino.

- O Inter conseguiu importante vitória diante do bom time do Goiás, por 4 a 0, jogando um bom futebol. Chegou aos 37 pontos (com um jogo a menos), na terceira posição e se aproximou do próprio Esmeraldino, vice-líder, com 38 pontos. O jovem Marquinhos, da base colorada, foi o grande destaque do jogo, marcando um gol, dando assistência para outro, de Guiñazu, e participando da jogada do terceiro gol, anotado por Giuliano. Kléber, por cobertura, fechou a goleada. O fato curioso foi a expulsão de Fernandão logo aos 13 minutos de jogo, na minha opinião injusta. O árbitro Ricardo Ribeiro viu uma cotovelada que não existiu do jogador em Magrão e deu cartão vermelho ao ídolo colorado que retornou ao local onde se consagrou, desta vez defendendo a camisa do Goiás.

- São Paulo e Palmeiras não fizeram um jogo ruim, mas por tudo que se falou e esperou dessa partida, pode-se dizer que o 0 a 0 foi decepcionante. Bom para o Alviverde, que permanece com três pontos de vantagem na liderança do Brasileirão (41 pontos), enquanto o tricampeão fecha o G-4, com 37 pontos. Essa briga parte de cima promete.

- O Cruzeiro teve a chance de levar consigo de Salvador três pontos importantíssimos na luta para subir na tabela. O time celeste abriu 2 a 0, depois 3 a 1, mas permitiu o empate em 3 a 3 com o Vitória, no Barradão. Chegou ao sexto jogo invicto, mas nesta sequência teve 3 empates, o que não lhe fez melhorar muito sua colocação. Em 13º, com 29 pontos, a equipe de Adílson Batista tem que ter uma sequência de vitórias para se estabelecer logo na luta pela Libertadores, antes que seja tarde. Elenco para isso tem. Já o Vitória tem a mesma pontuação, mas está uma colocação acima, em função do saldo de gols (-3 a -6). Porém, venceu somente uma nos últimos 8 jogos. Não custa lembrar que o Figueirense, ano passado, tinha 28 pontos na mesma altura do campeonato e terminou rebaixado.

Só podia dar empate

Não achei título melhor para escrever sobre o belo jogo entre Botafogo e Grêmio. Afinal, foi o confronto do pior mandante, o Alvinegro, contra o pior visitante, o Tricolor Gaúcho. E o 3 a 3 foi um placar justo pelo que se viu em campo. Está certo que os donos da casa foram prejudicados em duas oportunidades, mas os gaúchos não mereciam deixar o Engenhão derrotados. Portanto, o empate foi o resultado mais adequado. Adequado pelo que foi o jogo, porque para as duas equipes foi péssimo. O Botafogo permanece na zona de rebaixamento e o Grêmio na zona da pasmaceira, irregular que só ele, no meio da tabela. Reinaldo, Victor Simões e Leandro Guerreiro marcaram para os cariocas, com Jonas, duas vezes, e Souza para os visitantes.

Não vou analisar a partida em si, porque não a vi inteira, somente alguns pedaços. Domingo, geralmente, fico igual a um louco, mudando de canal. Vou falar da situação curiosa de ambos os clubes no campeonato.

Para começar, o Botafogo. O Alvinegro é o 18º, com 23 pontos, e a cada rodada mostra que parece não querer deixar a zona do descenso tão cedo. O time simplesmente não consegue ganhar. Lá se vão sete partidas sem vitória, a última deles sobre o Barueri, no Engenhão. No seu estádio, aliás, reside uma das grandes dificuldades. O Bota tem a pior campanha como mandante dentre os 20 times do Brasileirão, se incluirmos os clássicos. Foram 12 jogos disputados (10 no Engenhão e 2 clássicos no Maracanã) e apenas 3 vitórias - além de 5 empates e 4 derrotas -, o que dá um aproveitamento sofrível de 38,8%.

Mas o maior problema é o grande número de empates no campeonato. A equipe de Estevam Soares empatou 11 vezes em 22 jogos! Metade! É, simplesmente, o recorde de igualdades de um time na era dos pontos corridos após a 22ª rodada. E empatar em quantidade não é nada bom. Basta ver que o Alvinegro nem é de perder muito. Foram somente 7 derrotas. Se compararmos com os clubes a partir da 14ª posição (uma abaixo da zona da Sul-Americana), o Botafogo é o que menos perdeu disparado. Santo André e Náutico, que viriam logo atrás, têm 10 derrotas, ou seja, 3 a mais.

Portanto, a chave para escapar do rebaixamento e embalar no Brasileirão é, mais do que nunca, ganhar. Na lógica dos pontos corridos, não existe a famosa frase "de grão em grão a galinha enche o papo". O correto é a galinha encher logo o papo de grãos no menor tempo possível, senão corre o risco de morrer de fome. Com o perdão da analogia.

Já o Grêmio tem o problema inverso. No Olímpico é imbatível. Foram 9 vitórias e 2 empates, isolado o melhor desempenho como mandante ( 87,8%), mas, quando atua longe de sua torcida, a campanha é horrorosa. Nenhuma vitória, 3 empates e 8 derrotas. 9%, aproveitamento exatamente igual aos de Sport e Fluminense, respectivamente o vice-lanterna e o lanterna da competição. Ou seja, alguma coisa está errada. E fica uma lamentação maior ainda na torcida tricolor, porque mesmo assim o time é o 9º colocado, com 32 pontos. Se tivesse uma campanha apenas ruim fora de casa, com certeza estaria brigando pelo menos pela Libertadores.

Por essas e por outras que o 3 a 3 não poderia ter sido mais apropriado.

Vitória do alívio rubro-negro

Finalmente, após 5 jogos sem vencer (três pelo Brasileiro e dois pela Sul-Americana), o Flamengo voltou a ganhar e melhor, jogando bem. Está certo que o Santo André é um dos times mais fracos do campeonato, mas os 3 a 0 de ontem no Maracanã serviram para amenizar um início de crise que surgia na Gávea e para duas coisas importantes em termos de tabela: com 30 pontos, em 10º lugar - pelo menos até este domingo -, o time se distancia da zona de rebaixamento e volta a sonhar com uma vaguinha na Libertadores, apesar de não acreditar muito.

O Flamengo jogou bem e não deu chances ao Santo André. Antes da partida os desfalques(sempre eles!) de Adriano e Emerson no ataque proporcionaram calafrios na torcida. Mas a dupla Denis Marques-Zé Roberto atuou muito bem e cada um marcou um gol. O camisa 26, aliás, fez sua melhor atuação desde que chegou ao clube, muito veloz, mostrando habilidade e, principalmente, disposição. Se isto se mantiver, ótima notícia para Andrade, que, sem o Sheik, tem poucas opções de frente. O outro gol foi de Léo Moura, de penalti, que retornou após 5 jogos fora.

O grande nome, porém, foi Petkovic. Que jogo fez o sérvio! Atuou durante os 90 minutos e no último gol, já no finalzinho do confronto, fez grande jogada arrancando do meio-campo. Vai mostrando que sua contratação foi muito acertada e que hoje ele é peça fundamental na equipe. Aos 36 anos, o "vovô" Pet mostra que qualidade técnica e inteligência dentro de campo não se perdem com a idade. Pelo contrário. Apesar do alívio, prefiro esperar uma partida contra um adversário mais qualificado para definir o real objetivo do Flamengo no campeonato. Esse jogo contra o Furacão, domingo que vem, pode ser um bom parâmetro. Lá o time carioca costuma perder - e de muito - e o Atlético-PR está apenas 3 pontos atrás na classificação.

- O Furacão, aliás, levou uma pancada do Náutico nos Aflitos. O Timbu precisou apenas do primeiro tempo para fazer 3 a 0 e liquidar a fatura. Chegou aos 24 pontos, mas não saiu da zona de rebaixamento (17º lugar) porque perde para o Santo André no saldo de gols (-9 a -12). Mesmo assim o time pernambucano parece recuperado, especialmente dentro de seus domínios. Foi a quarta vitória seguida em casa, o que dá esperança ao torcedor alvirrubro de escapar do descenso. Carlinhos Bala (golaço!), Michel e Derley marcaram. A má notícia é que Gilmar, artilheiro da equipe no Brasileirão com 10 gols, revelou que fez sua despedida do clube, pois deve se transferir para o futebol francês. Uma grande perda. Já o Atlético-PR voltou a ser derrotado e continua flertando mais com a parte de baixo do que com a de cima da tabela. Na 14ª posição, com 27 pontos, o time de Antônio Lopes vai precisar vencer o Flamengo, em casa, para abrir vantagem sobre os oponentes abaixo na classificação.

- E acabou a sequência do Avaí! Depois de 11 jogos a equipe catarinense perdeu, 2 a0 para o Coritiba, no Couto Pereira, e deixou escapar a oportunidade de terminar o sábado na terceira colocação. E mais, dependendo dos resultados deste domingo, pode terminar a rodada na sétima posição. Mas não há motivo para tristeza. Uma hora a derrota iria acontecer. Cabe ao técnico Silas não deixar seus jogadores se desmotivarem, pois a campanha até agora é excelente. O Coxa Branca, por sua vez, vai melhorando. Sob o comando de Ney Franco, foi a terceira vitória em quatro jogos. Ney é bom e o Coritiba tem time para assegurar uma vaguinha na Sul-Americana. Marcelinho Paraíba é ótimo e com o gol que fez ontem, chegou aos 11, artilheiro do Brasileiro ao lado de Val Baiano. A diretoria do time paranaense precisa se esforçar para não perder seu grande craque, o que, segundo o próprio jogador, não deve acontecer.

- São Paulo e Palmeiras hoje, tem tudo para ser um jogaço. Mas por favor, imprensa, pare com essa história de Jason! Tudo hoje em dia é Jason. Haja falta de criatividade!