domingo, 30 de agosto de 2009

Só podia dar empate

Não achei título melhor para escrever sobre o belo jogo entre Botafogo e Grêmio. Afinal, foi o confronto do pior mandante, o Alvinegro, contra o pior visitante, o Tricolor Gaúcho. E o 3 a 3 foi um placar justo pelo que se viu em campo. Está certo que os donos da casa foram prejudicados em duas oportunidades, mas os gaúchos não mereciam deixar o Engenhão derrotados. Portanto, o empate foi o resultado mais adequado. Adequado pelo que foi o jogo, porque para as duas equipes foi péssimo. O Botafogo permanece na zona de rebaixamento e o Grêmio na zona da pasmaceira, irregular que só ele, no meio da tabela. Reinaldo, Victor Simões e Leandro Guerreiro marcaram para os cariocas, com Jonas, duas vezes, e Souza para os visitantes.

Não vou analisar a partida em si, porque não a vi inteira, somente alguns pedaços. Domingo, geralmente, fico igual a um louco, mudando de canal. Vou falar da situação curiosa de ambos os clubes no campeonato.

Para começar, o Botafogo. O Alvinegro é o 18º, com 23 pontos, e a cada rodada mostra que parece não querer deixar a zona do descenso tão cedo. O time simplesmente não consegue ganhar. Lá se vão sete partidas sem vitória, a última deles sobre o Barueri, no Engenhão. No seu estádio, aliás, reside uma das grandes dificuldades. O Bota tem a pior campanha como mandante dentre os 20 times do Brasileirão, se incluirmos os clássicos. Foram 12 jogos disputados (10 no Engenhão e 2 clássicos no Maracanã) e apenas 3 vitórias - além de 5 empates e 4 derrotas -, o que dá um aproveitamento sofrível de 38,8%.

Mas o maior problema é o grande número de empates no campeonato. A equipe de Estevam Soares empatou 11 vezes em 22 jogos! Metade! É, simplesmente, o recorde de igualdades de um time na era dos pontos corridos após a 22ª rodada. E empatar em quantidade não é nada bom. Basta ver que o Alvinegro nem é de perder muito. Foram somente 7 derrotas. Se compararmos com os clubes a partir da 14ª posição (uma abaixo da zona da Sul-Americana), o Botafogo é o que menos perdeu disparado. Santo André e Náutico, que viriam logo atrás, têm 10 derrotas, ou seja, 3 a mais.

Portanto, a chave para escapar do rebaixamento e embalar no Brasileirão é, mais do que nunca, ganhar. Na lógica dos pontos corridos, não existe a famosa frase "de grão em grão a galinha enche o papo". O correto é a galinha encher logo o papo de grãos no menor tempo possível, senão corre o risco de morrer de fome. Com o perdão da analogia.

Já o Grêmio tem o problema inverso. No Olímpico é imbatível. Foram 9 vitórias e 2 empates, isolado o melhor desempenho como mandante ( 87,8%), mas, quando atua longe de sua torcida, a campanha é horrorosa. Nenhuma vitória, 3 empates e 8 derrotas. 9%, aproveitamento exatamente igual aos de Sport e Fluminense, respectivamente o vice-lanterna e o lanterna da competição. Ou seja, alguma coisa está errada. E fica uma lamentação maior ainda na torcida tricolor, porque mesmo assim o time é o 9º colocado, com 32 pontos. Se tivesse uma campanha apenas ruim fora de casa, com certeza estaria brigando pelo menos pela Libertadores.

Por essas e por outras que o 3 a 3 não poderia ter sido mais apropriado.

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