sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Rapidinhas de quinta-feira: Goiás perde chance

Além da vitória do Cruzeiro sobre o Flamengo, outras duas partidas agitaram a quinta-feira e, como havia previsto, foram dois jogos muito legais.

Nos Aflitos, Náutico e Goiás fizeram um jogo com grandes oportunidades para ambos os lados. O Esmeraldino perdeu a chance de terminar a rodada na liderança com a derrota por 2 a 0, mas não jogou mal. Esbarrou na boa atuação do goleiro Glédson - que prova a cada jogo porque é o titular - e na trave. O Timbu, porém, foi melhor e mereceu a vitória. Além de Glédson, destacaram-se Carlinhos Bala e o lateral-esquerdo Michel, substituto do titular Anderson Santana. Apesar de não ter deixado a zona de rebaixamento, o time pernambucano subiu uma posição (17º, com 21 pontos) e só permanece no grupo dos quatro últimos por ter saldo inferior ao Santo André (-7 e -13). Mas a melhora é visível. Nas últimas cinco rodadas, o Náutico perdeu apenas uma vez (3 vitórias e 1 empate).

Se o Timbu vive boa fase, a do Avaí é melhor ainda. O time de Silas tem a maior sequência invicta do Brasileirão (10 jogos) e ontem, pela segunda vez seguida fora de casa, saiu perdendo por 2 a 0 e foi em busca do empate contra o Atlético-MG. O Galo, aliás, depois de liderar durante boa parte do primeiro turno, só faz cair. É o 5º, com 32 pontos. Nas últimas quatro partidas em casa, venceu apenas uma, perdeu outra e empatou duas. Se somarmos as duas derrotas seguidas fora de casa, veremos que a equipe mineira só conquistou uma vitória nas últimas seis partidas. Já os catarinenses estão em oitavo, com 31 pontos e na próxima rodada encaram o desfigurado Flamengo, em casa.

A diferença entre meninos e homens

Após mais uma derrota no Brasileiro, a torcida do Flamengo deixou o Maracanã cuspindo marimbondos. Vaiou meio time, protestou, xingou o goleiro Bruno. Não vou entrar no mérito de se houve ou não razão. Torcedor é paixão pura e tem o direito de se manifestar da forma que quiser - menos com violência -, pois pagou ingresso.

O Flamengo faz péssima campanha para um time que tem como objetivo mínimo uma vaga na Libertadores. Está na 12ª posição, com 27 pontos e é extremamente irregular. Prova disso são os números: 7 vitórias, 6 empates e 7 derrotas. A equipe tem a 3ª pior defesa do campeonato, com 33 gols sofridos, ao lado do rival e penúltimo Fluminense. O ataque é mediano. O oitavo melhor, com 29 gols, junto de São Paulo e Vitória.

Claro que a torcida quer mais, mas se pararmos para analisar, veremos que o técnico Andrade tem inúmeros problemas. Além da saída de Ibson, Kléberson, Juan, Toró, Léo Moura e Petkovic estão lesionados. Na derrota para o Cruzeiro, Willians estava suspenso e Everton sentiu um problema de última hora no vestiário; os dois também desfalcaram o time. Assim o Tromba foi obrigado a usar vários garotos, alguns deles recém-saídos dos juniores. Do time que entrou em campo ontem, a média era de aproximadamente 22 anos. Dos 14 jogadores que atuaram diante da equipe mineira, 7 vieram da base, contando com Adriano. Os outros 6 estão no máximo em seu segundo ano como profissional. Apesar de terem sido criados no clube e, teoricamente, conhecerem a pressão que vão encontrar, é diferente atuar entre os profissionais, ainda mais em um momento crítico, onde a paciência da torcida está lá embaixo.

Por mais que esses meninos tenham qualidade (e a maioria tem), eles são, como escrevi, meninos. E para jogar no Flamengo, na atual situação, é preciso ser mais. É preciso ser homem.