sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Até quando seremos complacentes com a injustiça?

Como amante do futebol, não consigo admitir que o esporte mais popular do mundo ainda esteja também entre os mais antiquados. Geralmente os pais quando querem que os filhos parem de fazer bagunça usam aquela antiga frase: "vai fazer isso até se machucar, ai vai parar". Se usássemos isso para o futebol, não serviria mais, já que esse já se machucou muito e muitas vezes.

O inacreditável erro da vez foi a mão do atacante francês Henry, que deu a vexatória classificação para a seleção francesa para jogar a Copa da África. A solução para esse erros grotescos é simples, usar a ajuda da tecnologia. Mas por que os velhinhos da Fifa relutam tanto em utilizá-la.

São três os principais argumentos que ouço dos que são contra o seu uso. Primeiro que o futebol é um esporte que não pode ser parado o tempo todo. Segundo que não se pode jogar um futebol diferente em dois lugares, um com e outro sem tecnologia. E por fim, que a injustiça e os erros fazem parte e é o que dá conversa de bar no dia seguinte.

Então vamos por partes. O tênis e o futebol americano são os principais exemplos de esportes que introduziram o uso de recursos tecnológicos para analisar o lance, e ambos são esportes que param muito. Tudo bem, até ai concordo. Mas a ideia não é parar o tempo todo, os erros sempre irão existir, como ainda existem nos esportes citados, temos é que diminuir os erros grotescos. Quando um atacante faz um gol de mão e todos os onze jogadores adversários levantam a mão ao mesmo tempo, deve ter alguma coisa errada. Três míseros minutos podem ser paralisados para evitar uma injustiça monumental usando uma câmera de TV.

Alguns dirão que todo mundo vai pedir que analise a câmera o tempo todo. Simples, basta penalizar o time que pediu para rever o lance, que na verdade não havia nada errado na decisão do juiz. Se a dúvida persistir mesmo na imagem, então paciência, segue o jogo sem penalisar ninguém. Assim só irão pedir revisão do lance quando tiverem certeza. Qual a pena aplicada nesse caso ai é outra discussão.

Que não se pode jogar futebol diferente em dois lugares também é pura palhaçada. Quer dizer então que se montarmos uma liga de futebol americano no Brasil ela será proibida porque não temos câmera. O que não pode é dentro do mesmo campeonato utilizar em um jogo e em outro não, ai sim está a injustiça. Mas deve ser definido antes da disputa se existe a possibilidade de utilizar um determinado número de câmeras em todos os jogos.

E por fim, essa história de ter assunto no dia seguinte é inacreditável. E onde está a justiça, não lutaremos mais por ela? No momento em que o Henry coloca a mão na bola e tira a Irlanda de um mundial, ele está dando um tapa na cara de milhões de irlandeses que sonhavam em disputá-la, e sem o menor remorso. É o velho "que se danem eles, eu quero é me dar bem". E ainda tem a cara de dizer que não fez mais do que a sua obrigação, que o juiz que tinha que marcar. Ou seja, vencer de forma limpa não é mais motivação para os jogadores, o que importa é levar a taça, mesmo completamente suja? Para acabar com esses jogadores sem um pingo de ética temos que utilizar as imagens e chips nas bolas.

Tenho pena dos que acham lindo a Argentina ser campeã com um gol de mão. Acho importante a Argentina ser campeã, mas que seja de forma limpa e que os adversários reconheçam a superioridade no campo, com certeza o prazer da vitória será maior. O caso do Henry deixou claro que a falta de respeito e ética nos gramados chegou em níveis alarmantes, e não será com treinamentos e investimentos em árbitros que consertaremos isso. Quando não tínhamos alternativas de consertar erros, tudo bem, acontece e errar é humano, mas é pra frente que se anda e o mundo corre rumo ao progresso, o futebol não, anda para trás.

Repescagem Européia: Polêmica e Zebra

Olá blogueiros. Semana passada, eu escrevi aqui neste espaço meus palpites em relação aos jogos da repescagem européia. Antes de qualquer coisa, eu não tenho bola de cristal! Dito isto, eu me arrasei. Dos quatro confrontos, eu acertei um, logo o jogo mais injusto. A classificação irregular da França com a “MÃO” do atacante Henry (foto). Aproveitamento de 25% nos pitacos. No restante errei tudo, Vamos aos jogos.

Em Paris, a dona da casa levou um sufoco dos irlandeses. O mais justo seria uma vitória por três a zero. Os britânicos foram melhores por toda partida, abriram o placar com Robbie Keane, ainda no primeiro tempo, e quase ampliaram com Duff e novamente com Keane na segunda etapa. Mas a vitória foi por um a zero, dentro do estádio Saint-Denis. Na prorrogação, os franceses partiram para o tudo ou nada e chegaram ao gol da redenção. Mas em um lance absolutamente irregular. Além de haver impedimento, o atacante Henry, que deu o passe para o gol de Gallas, conduziu a bola com a mão antes de passar para o zagueiro do Arsenal (ING). Infelizmente uma campeã do mundo entra pela porta dos fundos na próxima Copa. Está será a 13ª participação da França no maior evento do futebol.

Em Zenica, na Bósnia, Portugal garantiu sua classificação de forma tranqüila. A batalha contra os bósnios só existiu no imaginário da imprensa. Mesmo com os desfalques de Cristiano Ronaldo e Deco, que só entrou no segundo tempo, os patrícios venceram a partida por dois a zero. Sem contar com Misimovic, cérebro da equipe, machucado, a Bósnia dependia da sua dupla de ataque formada por Ibisevic e Dzeko. No meio de campo, Pjanic, jovem atleta do Lyon, tentava criar lances para os dois homens de frente, mas esbarrava na forte marcação do zagueiro Pepe que, mais uma vez, atuou improvisado como volante e jogou muito bem. Com o retorno do melhor do mundo para a disputa da Copa, Portugal pode fazer bonito no mundial. Deco, C.Ronaldo, Simão e Liédson são grandes jogadores. Em um bom momento podem decidir. A classificação teve um sabor especial para o técnico Carlos Queiroz. Ele era o comandante de Portugal nas eliminatórias para Copa do Mundo de 1994. Na época, a equipe da Terrinha perdeu a chance de ir aos EUA ao ser derrotada pela Itália por 1 a 0 em jogo válido pela última rodada do grupo 1. Essa será a 5ª Copa de Portugal.

Já em Donetsk, na Ucrânia, a Grécia derrotou a dona da casa e se garantiu na Copa da África em 2010. Como eu falei esse seria o jogo mais equilibrado e mais chato também. As duas seleções são bem defensivas e apostam nos seus centroavantes. Shevchenko não apareceu e com isso a Ucrânia perdeu seu poder de fogo. Depois de não levar gols em Atenas, eu acreditava na vaga ucraniana. O gol grego foi marcado por Dimitrios Salpingidis (foto), aos 31 do primeiro tempo. A classificação compensa o vexame da Grécia em 2006, quando ficou fora da Copa na Alemanha após ter sido campeã da Eurocopa em 2004. Em sua única participação em Mundiais, a seleção grega fez feio: foi à última colocada do Grupo D da Copa de 1994, com três derrotas, dez gols sofridos e nenhum marcado, contra Nigéria, Bulgária e Argentina.

Por fim, a maior surpresa! Em Maribor, na Eslovênia, a Rússia foi eliminada da Copa. Os eslovenos se beneficiaram com o gol marcado em Moscou. Vale lembrar que o país fazia parte da Iugoslávia até os anos 90. A Eslovênia foi à segunda colocada no Grupo 3, com 20 pontos, ficando atrás da Eslováquia, com 22. A presença na África do Sul será a segunda em mundiais da Eslovênia. Em 2002, após eliminar a Romênia, a seleção do leste europeu caiu no Grupo B. Não pontuou contra Espanha, Paraguai e os próprios Bafana Bafana e terminou na lanterna. Com boas campanhas recentes no Mundial, o técnico Guus Hiddink terá de se contentar em assistir ao torneio de casa. Ele levou a Coreia do Sul às semifinais, em 2002, e classificou a Austrália pela primeira vez para uma oitavas de final, em 2006. Ponto forte da equipe é a defesa. Foi a menos vazada das Eliminatórias européias.

Em fim, os 32 países já estão com passaportes carimbados para a África do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai, México, Estados Unidos, Honduras, Holanda, Espanha, Inglaterra, Grécia, Alemanha, Dinamarca, Sérvia, Itália, Eslováquia, Suíça, Eslovênia, Portugal, França, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Japão, Austrália, Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Camarões, Argélia, Nova Zelândia e a anfitriã África do Sul.