domingo, 5 de julho de 2009

Vélez Sarsfield é campeão do Clausura em uma final tipicamente argentina

O Campeonato Argentino conheceu o seu campeão do Clausura 2009 neste domingo, quando o Vélez Sarsfield bateu por 1 a 0 o surpreendente Huracán, que chegou como líder na última rodada, precisando apenas de um empate. Jogando em casa, o Vélez teve que suar para conseguir o gol aos 38 minutos do segundo tempo, depois de um jogo cercado de muita confusão e polêmica, tipicamente argentino.

Com 38 pontos, o Huracán chegou para jogar a 19ª rodada justamente contra o vice, com 37, o que dava ao jogo ares de final de campeonato. Foram precisas exatas três horas de jogo para que fosse conhecido o campeão. Acreditem, aconteceu de tudo no estádio José Amalfitani.

Para o texto não ficar muito longo vou tentar resumir o primeiro tempo, que durou 71 minutos. O jogo começou morno e aparentemente tranquilo, até que começaram a surgir os gols anulados, três ao todo e um mal anulado do Huracán, já que Eduardo Dominguez, estava na mesma linha na hora do passe que originou a sua cabeçada para o gol.

Uma bola na trave para cada lado. Um pênalti perdido pelo Vélez e, na sequência, uma bola tirada em cima da linha pelo zagueiro do Huracan. E não podemos esquecer que, além disso tudo, o primeiro tempo ficou parado 26 minutos porque caiu granizo depois de um temporal. E não eram pedrinhas não, tinham bolinhas de golf caindo do céu.

Depois deste simples primeiro tempo, a etapa final começou com o Huracán um pouco mais recuado, depois de jogar de igual para igual e criar boas chances antes do intervalo. O jogo também ficava mais pegado, com entradas muito duras que, já que é na Argentina, o juiz ignorava. Aos 28 minutos, o atacante do Huracán teve a chance de matar o jogo quando entrou livre com a bola dominada na perna esquerda. Só que demorou tanto para concluir que chegaram dois marcadores para cortar a tempo.

Aos 38, começou toda a confusão. A bola foi lançada para dentro da área do Huracán, Larrivey chegou de carrinho para dividir com o goleiro Monzón e cometeu a falta, mas o árbitro mandou seguir. Então, Maximiliano Moralez pegou o rebote, com o goleiro caído, e tocou para o gol aberto. Torcida enlouquecida e muita comemoração, que durou longos três minutos, já que Moralez tirou a camisa na comemoração e seus companheiro sumiram com ele para evitar o segundo cartão amarelo. Depois de aparecer devidamente vestido o juiz o expulsou.

A bola voltou a rolar e, menos de um minuto depois, já que não conseguiram sumir com um jogador, os jogadores do banco do Velez sumiram com a bola que saiu pela lateral e caiu perto deles, assim como todas as outras do estádio, lógico. Depois de incríveis 13 minutos de jogo parado por causa da inaceitável atitude do Vélez, o juiz recomeçou a partida. O Huracán ainda perdeu uma chance inacreditável no último lance, em cima da linha, que Montoya defendeu com a ponta dos dedos.

Antes do apito final ainda deu tempo para a tradicional briga, que terminou com o zagueiro Sebá Domingues, aquele do Corinthians, sair de campo completamente ensanguentado depois de levar um soco. Até os 38 minutos do segundo tempo, o Huracán não esboçou nenhum sinal de cera e jogou limpo o tempo todo. Mesmo assim tiveram que sofrer com a falta de educação e de respeito dos jogadores adversários. O placar acabou mesmo em 1 a 0 para o Vélez, que conquistou o seu oitavo Campeonato Argentino e garante lugar na próxima Libertadores de 2010. Mas, diga-se de passagem, que conquista manchada. Ao Huracán não restou muita coisa, já que nem vaga no torneio continental vice lá tem direito.

Rapidinhas argentinas:

Que futebol confuso. Gosto do estilo de jogo dos argentinos, que, assim como nós, têm um jeito muito característico de jogar. Mas precisava a organização do futebol estar tão decadente. O jogo já começa com 16 minutos de atraso. As bolas somem por treze minutos! Sem falar do formato do Campeonato nacional, que na verdade são dois. Do Clausura, no primeiro semestre, sai um campeão. E do Apertura, na segunda metade do ano, sai outro. Ou seja, dois campeões por ano, que não se encontram para fazer um jogo extra. As vagas para a Libertadores e o rebaixamento são definidas através de um cálculo complicado que leva em consideração a campanha dos últimos anos de cada time. Pra fechar, a tradicional cena dos torcedores arrancando as roupas dos jogadores. Enfim, tudo muito confuso. Se estamos muito atrás dos europeus, estamos muito à frente dos argentinos em termos de organização.

Um comentário:

luca toni disse...

Ah, muleeeekiiii... rs