quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mineirazo Pincharata‏

A América é Pincharata. Como quem não queria nada, o Estudiantes chegou sem alarde e conquistou o troféu mais cobiçado do continente. Assim como o time tricampeão em 68, 69 e 70, o time comandado por Alejandro Sabella foi inteligente dentro de campo, soube conduzir o jogo com frieza e tranquilidade, demonstrou bom toque de bola e foi senhor da partida. Outra característica marcante do Estudiantes, versão 2009, é jogar apenas na bola. Diferentemente do tricampeão do fim dos anos 60, que usava e abusava do anti-jogo.

Além disso, o passado e o presente se encontraram de maneira emocionada na noite do Mineirazo. O sobrenome Verón mais uma vez levantava a Copa Libertadores. Depois de Juan Ramon Verón, agora foi a vez do cracaço Juan Sebastián Verón se vestir de glória.

Sobre a partida, o mérito do time argentino foi não se perder após levar o primeiro gol. Já o defeito dos brasileiros foi achar que o título estava ganho após o 1 a 0. O Pincha não se descontrolou em momento algum, logo em seguida empatou com "La Gata" Fernández. Se compararmos com uma luta de boxe, esse golpe foi fatal para o Cruzeiro. Foi como um cruzado no rosto, daqueles que fazem quem o levou ficar desnorteado por alguns minutos. E foram esses minutos os fundamentais para o knockdown. O golpe decisivo foi dado por Boselli, o atacante preterido pelo Boca Juniors, e que agora terá seu nome escrito na História por ter feito o gol do título da 50ª edição da Libertadores.

Enquanto em Belo Horizonte foi assistido ao maior velório já realizado em Minas Gerais, em La Plata foi noite de Carnaval. Um verdadeiro Carnaval Platense, como jamais fora visto em terras argentinas. La América é Pincharata!!!!

Tristeza não tem fim

Inegavelmente o futebol brasileiro é o mais virtuoso do continente. Mas isso não é suficiente para ter sucesso na Copa Libertadores. Afinal, desde 1999 que os clubes do Brasil não vencem o torneio derrotando uma equipe de outro país. Os dois últimos e únicos títulos verde-amarelos nesta década foram ganhos em finais brasileiras. Contra os argentinos, então, o jejum dura desde 1992, quando o São Paulo bateu o Newell's Old Boys. Depois disso, outras cinco finais, todas com vitórias argentinas. Mera coincidência ou realmente os brasileiros têm dificuldades contra as demais escolas futebolísticas do continente?

Por Raphael Martins

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