segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Avaí segue imbatível e entra no G-4

Antes de a bola rolar na Ressacada já era possível prever o resultado final quase que com absoluta certeza. Afinal, o Avaí estava há 10 jogos sem perder, atuava em casa (onde tinha vencido os últimos 4 jogos) diante de um Flamengo completamente desfigurado, com nove desfalques, e cheio de garotos. Pois bem, como esperado, os catarinenses não deram a menor chance ao Rubro-Negro e aplicaram 3 a 0 com a maior facilidade. São, mais do que nunca, a sensação do Brasileiro. Aumentaram sua sequência invicta para 11 partidas (recorde no campeonato, 8 vitórias e 3 empates), chegaram aos 34 pontos e entraram pela primeira vez no G-4, na 4ª colocação. Incrível se pensarmos que antes de desandarem a ganhar, os avaianos estavam na lanterna da competição e todos - inclusive eu - apontavam a equipe como uma das rebaixadas. O técnico Silas esteve para ser demitido, mas foi mantido e o resultado está aí. Palmas para a diretoria, que enxergou que o problema não estava no comando do time e sim na mudança de postura.

Olhando nome por nome, o Avaí tem uma equipe na média das outras. Bons jogadores, no máximo, muitos deles com passagens apagadas por clubes grandes. Mas a equipe é muito bem arrumada. O goleiro, Eduardo Martini, é muito bom e a defesa, com 3 zagueiros, segura, tanto é que é a 3ª melhor do Brasileirão, com 24 gols sofridos, ao lado de Inter e Grêmio. Os alas (Luis Ricardo e Eltinho) apoiam bastante ao ataque. O primeiro, inclusive, é atacante de origem, revelado pela Ponte Preta, e foi improvisado por Silas na posição. No meio-campo Léo Gago é um bom volante e Marquinhos ótimo meia e líder da equipe. No ataque - o 5º mais positivo com 33 gols, ao lado de Inter, Palmeiras e Santos - Muriqui tem muita habilidade, velocidade e faz boas jogadas para o centroavante William. Nenhuma novidade tática, mas tudo bem feito, organizado. Esta é a fórmula do sucesso.

Silas mantém o discurso humilde, de que o Avaí ainda briga para não cair. Muitos dizem que é pensar pequeno. Mas ele está mais do que certo. Quer tirar o foco da atenção do seu time, quer trabalhar quieto, comendo pelas beiradas, do jeito que ocorreu até agora. Para quê botar pressão em cima de seus jogadores e encher a torcida de esperança? Para falar a verdade, eu mesmo não acredito que este "encanto" vá durar até o final do campeonato, mas o time catarinense, com esta pegada, pode até brigar por vaga na Libertadores. Senão, uma Sul-Americana deve vir. O que, para quem era lanterna e candidato sério ao descenso, já será um tremendo lucro.

O Flamengo, por sua vez, precisa abrir o olho. Está na 14ª posição, estacionado nos 27 pontos, e perdeu a terceira seguida. Nas últimas seis rodadas foi apenas uma vitória. Tem a terceira pior defesa, com 36 gols sofridos. Está certo que há muitos desfalques, que todo jogo surge um novo problema (neste Everton Silva saiu machucado e Willians foi expulso), que Andrade está tendo que apelar para os garotos da base, mas quem está atrás na tabela não quer nem saber e a distância para a zona de rebaixamento é cada vez menor. Não custa lembrar que, ano passado, o Figueirense, um dos rebaixados, tinha 28 pontos após a 21ª rodada. Ou seja, é preciso providências urgentes na Gávea, senão o final de ano promete ser dos piores.

A próxima rodada é fundamental para o Rubro-Negro. Recebe o Santo André, no Maracanã, time que está uma posição abaixo na tabela e uma derrota fará o time do ABC passar a frente. Antes, porém, o Flamengo faz clássico esvaziado contra o Fluminense, no jogo de volta da primeira fase da Sul-Americana. O jogo de ida foi 0 a 0. O Maraca estará às moscas, mas esta é a única chance de ambas as equipes terminarem 2009 com um título e que, apesar dos pesares, é internacional.

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