terça-feira, 2 de junho de 2009

Eu acredito no Léo, mas a missão é difícil

Nesta segunda-feira, Leonardo, ex-jogador e dirigente do Milan, foi apresentado como novo comandante do Rubro-Negro de Milão. Estou postando esse comentário com atraso, já que estive envolvido com a produção e preparação da nossa primeira mesa redonda. Por sinal, muito obrigado a todos pelo carinho e pelos elogios em nome de todos que fazem parte do projeto.

Mas voltando ao Léo, ele é muito preparado e inteligente, mas nunca dirigiu um clube de futebol. A escolha do seu nome é uma aposta, uma boa aposta na minha opinião. Escolhas como essa vêm se tornando uma constante no futebol europeu (Jürgen Klinsmann na Alemanha, Marco van Basten na Holanda, Roberto Donadoni na Itália). Acredito que na cabeça do big boss Silvio Berlusconi o carisma e o entrosamento com os jogadores pesaram na escolha. Agora Leonardo terá uma difícil missão pela frente. Assume o gigante Milan precisando comandar uma reformulação profunda no elenco rossonero.

A média de idade do clube é de 30 anos e principalmente nesta temporada isso foi muito sentido. Além da reformulação, Léo tem que torcer para o craque do time, Kaká, continuar na Itália. Caso isso ocorra ele pode começar a montagem do “novo Milan”, com um craque como o pilar principal.

O novo técnico terá a responsabilidade de buscar novos jogadores no mercado. Vale lembrar que foi o Leonardo quem bancou o investimento no Kaká, quando ele amargava o banco no São Paulo. O técnico terá um problema sério com os goleiros da equipe. Os três arqueiros do elenco são velhos e uma reformulação por completo deve ocorrer. É sabido que Léo já pediu dois laterais mais modernos, estilo Marcelo e Daniel Alves, jogadores agudos para os lados de campo. Com isso, Zambrotta e Favalli podem deixar o clube.

Na zaga, Maldini já se aposentou, mas o setor não conta com jogadores de qualidade. O único zagueiro que está certo na próxima temporada é o brasileiro Thiago Silva. Senderos e Bonera não passam confiança e o experiente Nesta, que voltou na última rodada depois de dois anos parado, é uma dúvida. Pelo menos mais um zagueiro deve chegar a Milanello.

No meio-campo o Milan conta com jogadores como Gattuso, Ambrosini, Pirlo, Seedorf, Beckham e Kaká... Tirando o brasileiro, todos são veteranos. Jogadores mais novos e com outras características podem chegar.

No ataque, Shevchenko vai voltar para o Chelsea, já que seu empréstimo se encerrou no fim da temporada. O ídolo Inzaghi já passou dos 30 anos e também não deve se muito aproveitado na equipe titular, mas, por ter muita moral, não deve sair do grupo. Emmanuel Adebayor, do Arsenal, é um alvo dos dirigentes milaneses. Acredito que Leonardo vai tentar escalar Ronaldinho Gaúcho e Alexandre Pato (que marcou 15 gols na série A) no comando de ataque. Nos próximos meses, pelo menos até agosto, veremos como o brasileiro vai se sair nessa primeira etapa do trabalho. Eu acredito e confio nele.


Leonardo é o quinto técnico brasileiro na série A italiana:

Anos 30: Amílcar Barbuy dirigiu o time da Lazio.
1963: Paulo Amaral dirigiu a Juventus.

Anos 70/80: Luís Vinício trabalhou no Napoli e na Lazio.

1990/91: Sebastião Lazaroni dirigiu a Fiorentina.

2009: Leonardo é apresentado no Milan.

Um comentário:

Felipe Ribbe disse...

Também acho que o Leonardo é uma boa opção, apesar da inexperiência. Afinal, ele conhece mais do que ninguém o Milan e os jogadores. Sabe das carências do elenco, é da confiança do Berlusconi, enfim, tem tudo para dar certo.