terça-feira, 16 de junho de 2009

CÓDIGOS DEL FÚTBOL

Aconteceu sexta-feira, em Banfield. O time local venceu o Independiente por 5 a 0. O detalhe é que o quinto gol do Taladro saiu aos 30 minutos do segundo tempo. Depois disso o time parou e seus jogadores reconheceram que não fizeram mais por conta de um código existente no futebol.

Até o craque do jogo, o uruguaio Santiago Silva (foto), que marcou dois, foi interpelado por seus companheiros quando chegou cara a cara com o goleiro Assman e desperdiçou a chance de meter seu terceiro gol. Segundo ele, os seus companheiros de equipe lhe disseram que cinco já estava de bom tamanho.

Sinceramente, isso é de um desrespeito incrível com o torcedor que paga ingresso e quer ver sempre seu time partindo pra cima, independente de placar e adversário. E mais, a meu ver esse tal de “código do futebol” é uma grande falácia. Os jogadores do Banfield, tendo visto tamanha facilidade para penetrar na defesa do Independiente, deveriam ter feito mais gols. Era a chance de entrar para a história. Afinal, a última vez que o Taladro havia vencido o Rojo por esse mesmo placar havia sido em 1951.

Será que o tal “código do futebol” não tolera o jogo bonito, o futebol ofensivo? Sim, porque em nome deste tal código jogadores habilidosos são caçados por fazerem jogadas de extrema habilidade. Os defensores do “código” dizem que eles estão tripudiando dos rivais. Fico me perguntando o que Garrincha diria hoje se fosse confrontado com esse tal “código do futebol”?

Só para completar sobre essa partida: o presidente do Independiente, Julio Comparada, abandonou o estádio Florencio Sola no intervalo. Viu, portanto, apenas três gols do Banfield. Em Avellaneda se fala em limpeza do plantel. Oito jogadores estariam na mira do técnico Américo Gallego, que também está na corda bamba.

Esta foi a terceira vez que o Independiente perde de cinco neste Torneio Clausura. Antes os algozes foram San Lorenzo e Estudiantes.

Capítulo 17
Cada vez mais o campeonato fica polarizado. Depois da décima sétima rodada o que ficou é a disputa entre Vélez e Huracán pelo título. O Lanús, que vinha no páreo, ficou para trás.

Jogando no José Amalfitani, o Fortín venceu o Newell’s Old Boys por 2 a 0. Maxi Morález e Rodrigo López, artilheiro do time com 10 gols no Clausura, anotaram os tentos da vitória. O Vélez mostra futebol consistente. O time treinado pelo “flaco” Gareca é um relógio. Não mostra o futebol artístico do Huracán, mas é eficiente e seus jogadores parecem saber o momento certo e matar um jogo.

O Huracán, por sua vez, teve um jogo difícil pela frente contra o rival San Lorenzo. Jogando no Nuevo Gasómetro, o time de Angel Cappa venceu. O placar foi 1 a 0, gol de Goltz, de cabeça. Havia oito anos que o Globo não vencia o Cuervo. Este era considerado o jogo chave para saber se o “Los Angeles de Cappa” poderiam dar a volta olímpica, igualando assim o feito do Huracán de 73. Pois venceu e segue na perseguição ao Vélez, um ponto atrás. Ambos só dependem de si, afinal na última rodada eles se enfrentam, em Liniers, casa do Fortín.

O Lanús, por sua vez, foi atropelado pelo Arsenal de Sarandí por 4 a 1, sábado, no Viaducto. O próprio técnico do Granate, Luis Zubeldía, e o artilheiro Sand lamentaram a goleada sofrida e reconheceram que as coisas ficaram mais difíceis quando se fala em título.

Só para constar, o River venceu o Tigre por 3 a 1, no Monumental, dois gols do uruguaio Robert Flores e outro do “Ogro” Fabbiani, que voltou a marcar depois de 15 jogos. Já o Boca foi até o Cilindro de Avellaneda, lotado de torcedores blanquicelestes. E em mais uma mostra de heroísmo, o Racing bateu o Xeneize por 3 a 0. Lucas Castromán, Zuculini e Grazzini fizeram os gols que praticamente salvam o Racing do rebaixamento. O time só depende dele para se manter na Primeira.
Classificação: 1º Vélez 36; Huracán 35; Lanús 34; Colón 31Rebaixamento: 17º Rosário Central 1,161; 18º Gimnasia La Plata 1,116; 19º Gimnasia de Jujuy 1, 036; 20º San Martín 1,028

Obs.: Gimnasia de Jujuy e San Martín de Tucumán já estão rebaixados. Rosário Central e Gimnasia La Plata ainda lutam contra a Promoción, play-off jogado contra dois times da B Nacional valendo mais duas vagas na Primeira A.
Ya son de Primera
Cai um time de Tucumán e sobe outro time de Tucumán. A torcida do San Martín está triste, mas a do Atlético ri a toa com o acesso de sua equipe e com a queda do rival. O outro que garantiu seu retorno à categoria máxima é o Chacarita Juniors.

Lutando pela Promoción está o Belgrano de Córdoba, que precisa de um empate na última rodada, fora de casa, contra o All Boys. A outra vaga está entre Instituto de Córdoba, que enfrenta como visitante o Defensa y Justicia, e o Atlético Rafael, que recebe o Independiente de Mendoza. Ambos tem 59 pontos. Já o Aldosivi, com 57, joga em Mar Del Plata contra o Unión de Santa Fé. Precisa vencer e torcer para derrotas de seus rivais.

O rebaixamento na B Nacional já está quase definido. O Talleres de Córdoba caiu para o Torneio Argentino A. O Almagro já está rebaixado para a B Metropolitana. A CAI de Comodoro Rivadávia jogará a Promo contra um time do Argentino A. Los Andes e Platense ainda lutam para não jogar a Promoción contra um time da B Metropolitana.
Por Raphael Martins

Um comentário:

Victor Valente disse...

Concordo com você, ética tola. No basquete eu até compreendo, já que não existe saldo de cestas, então a diferença de pontos não altera em nada. Mas no futebol é ridiculo, a diferença de gols mostra a diferença entre os times e expoe os erros que devem ser expostos no time derrotado. Além disso, parar de buscar o gol sim é que é o desrespeito. Em campo, preferia que meu adversário tentasse fazer 20 gols a parar de me atacar por pena. Saber que sentem pena de você é que é a verdadeira humilhação.
Parabéns pelo texto.