segunda-feira, 27 de abril de 2009

RIVER, QUE PASA?

Uma pergunta é necessária a se fazer quando começamos a falar de futebol argentino: O que está acontecendo com o River Plate? Antes um dos clubes mais temidos do país, o River passou a ser uma caricatura de si mesmo. Será que o apelido “gallina”, dado de maneira cruel pelos seus rivais, está sendo incorporado? Não gostaria de crer nisso. A crise é muito pior e começou justamente na presidência de José Maria Aguilar.

Desde que assumiu em 2001, o dirigente esteve nas mãos de grupos de “barras-brava”, que cada vez mais ganham espaço nos assuntos internos dos clubes. No caso dos de Núñez a coisa está degringolando de maneira tal que em maio do ano passado foi encontrado um desses “torcedores” morto numa dependência do clube. Obviamente foi assassinado por um rival em uma das várias guerras pelo poder interno. Aguilar, que assumiu amparado por essa gente, agora se vê impotente para controlar o monstro que ele criou.

Em sua administração, o River conquistou apenas quatro Torneios Clausura e nenhum título internacional. Os “Millonários” tiveram que assistir também ao maior rival, Boca Juniors, vencer quatro Libertadores, duas Sul-Americanas, duas Recopas e dois Mundiais. O River Plate também colecionou fracassos externos e internos. O time foi eliminado duas vezes na Primeira Fase da Copa Libertadores e terminou em último no Apertura de 2008, pior colocação da História do clube.

Aguilar, muitas vezes pressionado pelas forças que o cercam, demitiu sete técnicos. Passaram por lá: Américo Gallego, Ramón Diaz, Manuel Pellerini, Leonardo Astrada, Reinaldo Merlo, Daniel Passarella, Diego Simeone, até o atual, Nestor Gorosito. Além das constantes mudanças, outros fatores para a queda de rendimento foram as dispensas de jogadores considerados importantes, foram os casos do meia Ortega, dos atacantes Sebastian Abreu e Alexis Sanchez, e do zagueiro Ameli. Para completar, o dinheiro ganho com as vendas de Higuaín e Mascherano foi mal investido.

Como resultado, assistimos a esse River Plare anêmico desfilando pelos campos da América do Sul. Um time que só lembra o passado pela camisa, porque o futebol está longe de ser o mesmo que um dia encantou o continente.
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Por una cabeza

A despeito daqueles que dizem que o Torneio Clausura não é levado a sério pelos clubes que estão na Copa Libertadores, o campeonato segue pegando fogo. Vélez Sarsfield segue ponteiro após a excelente vitória como visitante, por 4 a 2 sobre o Colón, adversário direto na luta pelo título. Perseguindo o “Fortín” está o Lanús. O “Granate” foi muito mal na Libertadores, sendo eliminado na Primeira Fase, mas vai bem no torneio local. Foi a Mendoza e ganhou do Godoy Cruz por 1 a 0. Já Huracán e River, um pouco mais atrás, ainda sonham. O time do Parque Patrício foi bem e venceu o Tigre, fora de casa, por 1 a 0. Mesmo placar da agoniante vitória do “Millonário” sobre o Gimnasia de Jujuy, no Monumental. Classificação: Vélez 25, Lanús 24, Colón 21, Huracán e River 19.
Ciclón

Não chega a ser um furacão como era no River, mas Simeone agora está no olho do “Ciclón” literalmente. O “Cholo” assumiu as rédeas do San Lorenzo, que decepcionou na Libertadores e decepciona no Clausura. É apenas o 17º, com 11 pontos. A torcida está cobrando raça dos jogadores e pede ao novo treinador que venha com uma escova para limpar o plantel de alguns “indesejáveis”. Neste fim de semana, jogando como local, um empate nada bom com o Racing em 1 a 1.

Por Rafael Martins

Um comentário:

Felipe Ribbe disse...

Belo post Rafael. É impressionante a queda do River e dos próprios times argentinos na Libertadores, com exceção do Boca. Parabéns pelo post e seja bem-vindo.