quinta-feira, 10 de setembro de 2009

NI DIOS SALVA

Nem Deus salva esse time argentino. Não estou falando de Maradona, a quem não tenho tanta pretensão como a maior parte dos argentinos em chamá-lo assim, estou falando do Ser Divino de verdade. Nem ele é capaz de fazer esse arremedo de time em que foi transformada a Argentina numa equipe de verdade.

Mais uma vez o que se viu, agora em Assunção, foi um emaranhado de jogadores perdidos. Sem tática, sem jogadas, sem inspiração, sem arremates, sem identidade. A Argentina é uma caricatura do que realmente pode ser. Uma equipe vibrante, raçuda e técnica. Hoje, essa Argentina que eu cresci admirando fica apenas nas minhas lembranças. Chegando ao ponto de sentir saudade das botinadas e entradas ríspidas de Sensini e Simeone. Dos passes açucarados de Redondo. Da segurança de Basualdo, da inteligência de Ortega e Saviola, da genialidade de Cannigia e também de Maradona...sim dele mesmo. Mas daquele Maradona vibrante, gênio, que eu vi em 90. E não dessa caricatura de si mesmo em que se transformou o maior jogador argentino de todos os tempos.

A Argentina hoje é a cara atual de seu treinador. Uma pessoa fora de si, sem reação. A todo momento a impressão que me dá é a de que Maradona é um altista como treinador. Ou então ele deve ficar pensando na furada em que se meteu, ao aceitar o convite do Sr. Grondona. Fico assistindo às partidas. Quando a câmera foca neste Maradona altista, penso comigo mesmo: “Boludo qué pasa? Hagas alguna cosa!” Y nadie...

A meu ver o todo-poderoso da AFA também tem parcela grande nesse desastre. Afinal foi dele a idéia de meter goela abaixo um treinador sem experiência e que, somente pela imagem de ser um ídolo nacional, tinha o respaldo popular. Mas agora nem mais esse respaldo Maradona tem. Isso é expressado nas enquetes dos principais jornais do país.

Maradona, volte a ser apenas um ídolo. Deixe esse negócio de treinador para quem entende. Porque não chamar Carlos Ischia, que está sem clube? Ou então até mesmo Leonardo Astrada, ex-técnico do Estudiantes, ou então se falta vontade o remédio pode vir na pele de Simeone, atualmente técnico do San Lorenzo.
Por Raphael Martins

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