segunda-feira, 8 de junho de 2009

LA MUERTE DEL BUEN FÚTBOL

Não foi a apresentação que esperávamos. A seleção argentina mais uma vez decepcionou, mesmo tendo derrotado a Colômbia no Monumental. O 1 a 0 foi suficiente para somar mais três pontos, colocar a blanquiceleste mais próxima do Mundial e dar um pouco mais de tranquilidade para os jogadores e comissão técnica. Ok, concordo com tudo isso, mas faltou futebol. Messi, Aguero e Tevez ainda não encantaram, ainda não mostraram com a camisa da Argentina o potencial que têm. A defesa ainda vacila e o goleiro Andújar, mais um a ser testado, mostra o quanto é séria a fragilidade dos arqueiros argentinos.

Lembram daquela resposta do Maradona numa coletiva, quando foi perguntado qual era diferença entre ele e Dunga? Pois o Pibe respondeu que “Dunga dava botinadas e eu fugia delas”. Pois neste fim de semana parecia que o treinador brasileiro dirigia a Argentina e o argentino comandava o Brasil. O futebol dos verde-amarelos foi de Maradona. Já o da blanquiceleste foi futebol no estilo Dunga.

Até numa das alterações, Diego mostrou dotes “dunguísticos”. Tirou Tevez e colocou Burdisso!!!! Como entender uma alteração dessas? Tudo para segurar o magro placar de 1 a 0 conseguido no início da segunda etapa. No mais, sobraram botinadas e chutões do xerifão Mascherano. Enquanto isso, do outro lado del Plata, em Montevidéu, o Brasil esbanjou futebol “maradoniano”. Vamos ver como se sairá agora a Argentina contra o Equador, em Quito. Maradona deve ficar preocupado, pois o time rival tem do seu lado o jogador mais temido pelos argentinos nos últimos tempos: altitude.

Fiesta blanquiceleste

No norte do país, em San Miguel de Tucumán, a festa teve as cores celeste e branco. Não foi a seleção o motivo de tanta comemoração, mas sim a volta do Atlético de Tucumán(foto) à Primeira Divisão. A última vez que isso ocorreu foi no ano de 1986. O Decano goleou o Talleres, em Córdoba, por 4 a 1 e garantiu a volta ao máximo campeonato do futebol argentino. E pensar que ano passado o time estava no Torneio Argentino A, que é o terceiro escalão para os clubes do interior do país. Já o Talleres está praticamente relegado para a divisão em que o Decano estava na temporada passada. O Chacarita Juniors está a uma vitória de voltar à Primeira.

Explicaciones

Para quem não sabe, a Terceira, Quarta e Quinta Divisões são divididas da seguinte maneira: os times da Grande Buenos Aires, La Plata e Rosário caem da B Nacional para a Primeira B, daí existe a Primeira C e Primeira D. Já os das demais regiões da Argentina caem para o Torneio Argentino A, daí existem o Argentino B e Argentino C. Meio confuso, mas com o tempo você consegue entender.

Logo, sempre caem para o terceiro escalão um time da Zona Metropolitana e um do Interior (os dois com piores médias). Já os penúltimos na média de pontos jogam uma repescagem, chamada Promoción, com um time de cada zona. Da Primeira B para a Primeira C, por exemplo, cai diretamente o time de pior média. O de segunda pior média joga a Promoción com outro vindo da Primeira C.

Para exemplificar, os promédios para rebaixamento na B Nacional estão assim: 17º CAI 1,189; Los Andes 1,139; Almagro 1,107 e Talleres 1,090.


A CAI (ou Comisión de Actividades Infantiles, que é o nome da abreviação), por ser de Comodoro Rivadávia, jogaria a Promoción com um time do Argentino A; já o Los Andes, que é de Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires, jogaria a Promo com um time da Primeira B. O Almagro, que é da Capital Federal, cairia direto para a Primeira B, enquanto o Talleres, de Córdoba, cairia diretamente para o Torneio Argentino A.

Deu para entender?
por Raphael Martins

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