segunda-feira, 11 de maio de 2009

HAY ALGO DE MALO EM CASA AMARILLA

Hamlet diria “há algo de podre no Reino da Dinamarca”. Parafraseando o famoso personagem de Shakespeare, podemos dizer que “há algo de podre no Reino da Casa Amarilla”.

Após o empate no clássico com o San Lorenzo em 1 a 1 no Nuevo Gasómetro, o Boca Juniors se acomodou na 16ª colocação do Torneio Clausura. Está apenas dois pontos à frente do último colocado, o Tigre. Embora todos digam que a prioridade da equipe é a conquista da Copa Libertadores, o futebol apresentado pelos comandados de Carlos Ischia mostra sinais de desgaste. Já não é mais possível ver aquele time competente, frio, calculista em campo. O Boca hoje está aquém do futebol que seu torcedor acostumou-se a acompanhar.

Contra o San Lorenzo, o Xeneize saiu na frente com um gol pra lá de duvidoso. A bola chutada por Roncaglia teria entrado? Depois, para desespero do técnico Simeone e de todos presentes ao Bajo Flores, o árbitro não marcou pênalti claro a favor do Ciclón. Forlin nitidamente meteu a mão na bola dentro da área. Mas o castigo para o Boca veio no fim do jogo, com o gol de empate de Bergessio.

Na semana passada, o goleiro Garcia havia afirmado que não se importaria em terminar o Clausura em último. Uma vez que o Boca estava mirando a Libertadores. O problema é se a equipe terminar em último e perder o torneio continental. Dizem que Ischia e Carlos Bianchi não estão mais se entendendo, que o treinador recusa-se a escutar o manager. O Virrey, por sua vez, responde que não há nada disso, que ele não se intromete nas escolhas do treinador e nas questões internas do grupo.

Pois na minha opinião aí que está o problema. Ischia deveria deixar que Bianchi voltasse a ser a referência desse plantel, mesmo não sendo mais o treinador. Ninguém conhece mais o Boca Juniors que este senhor de cabelos grisalhos, meio calvo, de andar lento e corcunda. Falando assim ninguém dá nada por ele, mas o homem é o “Senhor Libertadores”. O Pelado deveria escutar os conselhos do Virrey.

INTERNAS

Uma pergunta se faz necessária. Até hoje o Boca Juniors venceu e conquistou títulos mesmo tendo em seu seio um racha entre as duas maiores estrelas da companhia. É notório e todos sabem que Riquelme e Palermo não têm bom relacionamento e que o grupo se divide no bando de um e de outro. Caso o Boca repita o fiasco de seu maior rival no Apertura, esta divisão de poder ficará em xeque. Por via das dúvidas já existem rumores de Palermo voltar a defender o Estudiantes, clube em que começou a carreira e ao qual ainda revela continuar sendo torcedor.

CAPÍTULO 13

Vamos falar do Clausura. Além do empate no clássico, os destaques foram o empate do líder Vélez, fora de casa, com o Racing em 2 a 2. A Academia chegou a estar vencendo por 2 a 0 e o ponteiro do campeonato buscou o empate. O time de Liniers ainda se beneficiou de outros resultados dos seus perseguidores diretos, que também empataram. O Racing continua escapando do rebaixamento.

O Lanús ficou no 1 a 1 com o River, no Monumental. Já o Huracán foi à La Plata e arrancou um empate também em uma bola com o Estudiantes. O Colón se reabilitou da derrota na semana passada e venceu, em seus domínios, o San Martín por 2 a 0. Mas pelo que foi apresentado pelo Vélez e pelo que ocorreu na rodada, algo começa a me dizer que o campeão está pintando em azul e branco.

No clássico rosarino, muita igualdade e um jogo truncado. O 1 a 1 entre Rosário Central e Newell’s Old Boys foi justo. Nota triste somente para o confronto entre as barras rivais e a polícia nos arredores do Gigante de Arroyito ao fim do duelo. Voaram paus, pedras, balas de borracha e gás lacrimogêneo. Felizmente não houve mortos ou feridos graves.

Classificação: Vélez 27, Lanús 25, Colón 24 e Huracán 23

Descenso: 17º Rosário Central 1,176; 18º Gimnasia La Plata 1,093; 19º San Martín 1,063 e 20º Gimnasia de Jujuy 1,019. *


*Os dois times de pior média de pontos nos últimos três torneios caem direto. O 17º e 18º colocados neste ranking jogam a Promoción contra o terceiro e quarto colocados da B Nacional.
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QUE SE VAYAN

Nunca concordei com a ideia dos times mexicanos e da seleção daquele país disputarem as competições da Conmebol. Sempre defendi que pelo fato deles serem filiados à Concacaf, jamais poderiam disputar campeonatos de outra associação continental e vice-versa.

Na última semana, a Conmebol decidiu de maneira correta que os confrontos entre Nacional x San Luis e São Paulo x Chivas Guadalajara seriam em partidas únicas em Montevidéu e São Paulo. Uma decisão acertada em virtude da gravidade do problema enfrentado pelo mundo e pelo México principalmente.

Os da América do Norte não entenderam assim e acusaram os da América do Sul de preconceito. O que é uma distorção da realidade, afinal a Conmebol gosta tanto dos mexicanos que permitiu durante anos que seus times participassem de suas competições. Na lógica de Nicolás Leóz, o México é um mercado economicamente importante para a entidade que preside.

Eu do meu lado vejo com bons olhos esta saída dos mexicanos. A Libertadores voltará a ser como era antigamente, a Copa América também e a Copa Sul-Americana vai tornar-se efetivamente um torneio sul-americano. A não ser que os velhinhos reunidos em Assunção, numa reunião, a base de muito uísque, resolvam convidar clubes de outro país de fora da América do Sul. Tomara que isso não ocorra.
Por Raphael Martins

2 comentários:

Júnior Maurell disse...

Acho bom o Boca abrir o olho no clausua, pq na Liberta vai dar Brazuca!!!!

Raphael Martins disse...

Maurell, no lo creo. Mesmo com os problemas internos ainda acho que o Boca vai ser campeão.